sexta-feira, 17 de julho de 2009

Violência: até quando?

Como Cidadã e como Profissional da Educação sou mais uma a tratar do assunto 'Violência' - isto, porque tenho a certeza que quanto mais falarmos, mais próximos chegaremos das soluções... Por outro lado, também sei que só ficar discutindo, de nada adianta! É preciso 'colocarmos a mão na massa' e alterarmos o rumo das nossas próprias vidas, e já! Não dá prá deixar prá depois! Até quando iremos prorrogar atitudes que de fato façam diferença? Até quando ficaremos passivos, assistindo a violência 'do outro lado da tela'? Muito tem-se falado da Violência nas Escolas, mas... gostaria de refletir junto com o leitor: Será mesmo que o problema é exclusividade das Escolas? Na verdade, a Escola é um espelho da Sociedade. E a Sociedade está extremamente violenta! Quando vivíamos sob a Ditadura, a Escola era castradora, como a Sociedade. Hoje, a Educação é desigual, formando diferentes níveis de alunos, a exemplo da nossa Sociedade de Classes. Como esses, temos muitos outros exemplos, recorrendo à História. Voltando à violência em si, fico muito preocupada quando percebo que a opinião pública está se voltando única e exclusivamente para a Escola e para seus próprios jovens (aliás, preferencialmente, os das classes menos favorecidas). Isso é uma inversão de valores! Nós, adultos, não estamos sabendo educar nossos jovens - portanto, a responsabilidade maior é nossa, tanto Família como Escola. Temos visto algumas iniciativas por parte das Autoridades, das Escolas e outras organizações sociais. No entanto, fico pensando até que ponto que essas iniciativas isoladas serão fortes o suficiente para conseguir alterar o rumo das coisas. Assisti recentemente a um Filme Nacional, que na verdade é um romance, mas que chamou minha atenção para a forma realista com que foi tratado o problema da vida na Favela - as Leis internas que dirigem o cotidiano da Favela e por quem são controladas, a naturalidade com que se trata do homicídio, da droga... Saí do Cinema extremamente abalada, pois saí do meu 'mundinho' e pensei: 'As Escolas não estão falando a mesma língua que seus alunos - e esse problema parece eterno!' Acontece que muitas das crianças da Favela nascem e vivem em meio à violência nua e crua, onde é 'normal' ser comandada e aprender a respeitar o traficante, por exemplo. Do mesmo modo, muitas crianças da chamada classe média e alta, nasce e convivem com violências muitas vezes camufladas, mas que não deixam de ser violências. Vamos pensar o que, literalmente, pode ser considerado como um ato violento: Abandono da Família, Não cumprimento de Leis, Humilhação e maus-tratos à Mulher e ao Idoso, Racismo, Discriminação, Autoritarismo, Alcoolismo, e toda e qualquer violação dos Direitos Humanos, em particular, dos Direitos do Estatuto da Criança e do Adolescente, e muitos outros exemplos. Mas a Sociedade assiste ao Noticiário como se a violência estivesse distante de si mesma, como se só 'eles' fossem violentos... quanta ilusão! Volto a insistir - a violência da Escola é o alarme da Sociedade. Não podemos mais aceitar essa qualidade tão baixa de vida. Já é hora de toda a Sociedade se mobilizar e olhar para dentro de si e se reeducar, procurando corrigir suas próprias culpas. A Escola precisa da ajuda das Famílias, pois sozinha é muito difícil mudar a personalidade de um jovem acostumado com a violência. Insisto que precisamos enxergar e reconhecer que o Jovem está apenas reproduzindo o que ele vive, no dia-a-dia. Uma das ações mais louváveis que tenho ouvido ultimamente, é a idéia de se promover cada vez mais, programas de Esporte, de Teatro, de Informática, de Vídeos, de Profissionalização na Escola, fora do horário de aula - tanto em Escolas Públicas como em Particulares. Dessa forma, poderá ser eliminado, ou minimizado, o tempo ocioso do jovem, ocupando-o com atividades produtivas e atraentes. Se o Jovem gostar da Escola, com toda a certeza ele mesmo irá cuidar para que não seja pichada ou depredada. Vamos parar de discutir e passar para ações efetivas, encarando a Juventude como a esperança no futuro e não como um problema atual, até porque, nós o criamos!

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