sexta-feira, 17 de julho de 2009

Seu filho não é um "aborrescente"

Esta expressão, 'Aborrescente' (utilizada tanto para meninos como para meninas) está se tornando mais comum, a cada dia que passa. Isto muito me preocupa, pois denota numa desvalorização de um dos mais sérios e difíceis períodos de desenvolvimento do Ser Humano. A partir dos 11 ou 12 anos, começam a ocorrer inúmeras transformações, tanto biológicas quanto psicológicas, que precisam e devem ser respeitadas, compreendidas, toleradas. Espinhas, Gordura, Magreza, Crescimento acelerado, mudanças nos cabelos, tudo isso e muito mais, de uma só vez e causando no(a) adolescente muita insegurança, especialmente por ser ou não aceito pelo grupo ao qual pertence. Além disso, ocorre o despertar da sexualidade e o medo de não ser correspondido (a). É nesta fase também que podemos observá-los reproduzindo os padrões de beleza e de comportamentos, impostos pela Mídia. Isso acontece porque, justamente no período de inseguranças e incertezas, o(a) Adolescente procura por Modelos, para que possa se identificar como 'novo adulto', e se os modelos da Família não forem fortes o suficiente para conduzi-lo(a), a Mídia e outros ógãos de influência se tornam muito mais convincentes e atraentes. Sendo o Lar Amistoso e Agradável, dificilmente o(a) Adolescente se deixará levar pelas influências externas. Por outro lado, em Casa e na Escola, as cobranças também se modificaram e agora todos dizem que 'ele/ela' não são mais crianças, que têm obrigações, que devem se comportar desta ou daquela maneira... Será que não são mesmo mais crianças? 'Ele/Ela' então se perguntam porque ainda não podem fazer tantas coisas... O(A) Adolescente não entende essas mudanças repentinas de cobranças, nem de posições do Adulto, nem da Sociedade. É também a fase em que muitos reivindicam a privacidade, recolhendo-se no quarto, falando horas ao telefone, etc. - no que não são respeitados! Há ainda as divergências entre pais e filhos, o choque de gerações, traduzindo-se muitas vezes em brigas, agressões, etc. Bem, diante de tantos problemas e apoiando-me em estudiosos da área (por ex., o Dr. Içami Tiba, Psiquiatra especialista em Adolescência), concluo que um dos grandes problemas causadores de tantas divergências e, inclusive, do termo pejorativo 'Aborrescente', está na Infância. Quero dizer que a Educação do(a) Adolescente se inicia no berço! Se o bebê e a criança forem criados sem limites, sem respeito, sem definições dos papéis, em casa, é praticamente impossível lidar com o adolescente que, com certeza, será rebelde, contestador, mentiroso, etc. Mimos na Infância tornam-se incontroláveis na Adolescência... Do mesmo modo, se 'ele/ela' não encontrarem em casa um Porto Seguro, um Amigo, desde pequenos, certamente, ao crescerem e atingirem a Adolescência, irão se afastar da Família ainda mais, procurando fora de casa a compreensão que tanto necessitam. A Criança é educada na Família e também na Escola; portanto, se ela se tornar 'Aborrescente', a culpa maior não será dela... É preciso que fique claro que pais amigos também colocam limites! O grande erro é a radicalização: ou os pais são permissivos demais, ou autoritários demais! Como tudo na vida, o meio-termo é o ideal: pais amigos, compreensivos, sensíveis a tantas transformações, mas com a autoridade suficiente de quem zela por alguém tão querido! Falo agora também como Mãe, reconhecendo que nós, pais, não somos perfeitos - aliás, o Ser Humano não o é - e nosso aprendizado é constante; só precisamos estar cientes de nossas imperfeições, para que isso nos leve a querer acertar!

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