sexta-feira, 17 de julho de 2009

A criança e a sociedade

“O Ser Humano é um Ser Social e que tem necessidade de viver em Sociedade” – isso, todos sabemos. Mas como e quando é que começa essa sociabilização? Na verdade, assim que a criança é concebida ela começa a receber influências do meio externo e, consequentemente, o processo de sociabilização já se inicia. Nos primeiros anos de vida, a criança se sociabiliza com a família e, por isso, para ela, esse é o único mundo existente. Nessa fase ela não tem noção da existência de outros “mundos”. Portanto, a família é o 1º Grupo Social do Indivíduo. Normalmente, o 2º Grupo Social é a Escola; ou melhor, a Pré-Escola. Se observarmos atentamente os primeiros dias da criança na Pré-Escola, notaremos as mais diferentes reações, mas a grande maioria demonstra insegurança, estranheza, medo, etc. É o “outro mundo” que ela não conhecia e do qual ela agora faz parte – isso exige um certo tempo de adaptação. Dessa forma, os anos vão passando e a criança, adolescente, jovem, vai sendo inserida nos mais diversos Grupos Sociais e o processo é o mesmo: estranheza, insegurança, análise do ambiente, adaptação (ou não). A grande dificuldade da adequação ou não do indivíduo aos novos grupos tem explicação pelo fato de que ele traz consigo valores, modos de vida a ele incorporados pela família nos seus primeiros anos de vida – o que até então formou sua personalidade. A influência recebida na 1ª Infância é a mais significativa, mais forte e muitas vezes, para ser inserido em algum outro Grupo Social, o indivíduo precisa ser flexível, maleável com seus antigos valores para poder incorporar novos – essa transição é bastante difícil. Na fase escolar, é fundamental a compreensão dos pais e respectivo auxílio no sentido de incentivar a sociabilização da criança/jovem ao novo Mundo Social: deixar que ele participe de Festas, Excursões, Grupos de Trabalho, que tenha tolerância com seus amigos, enfim, que participe ativamente e de modo natural da vida social daquele momento. Segundo os especialistas, o Indivíduo será considerado “sociabilizado” a partir do momento em que admitir a existência do “outro” e do mundo; o que ocorre normalmente a partir do momento em que ele entra na Escola. Mas nesse ponto, quero ressaltar a visão e experiência de educadora. Considero que admitir a “existência do outro” e do mundo externo à Família é algo muito mais profundo! O momento da sociabilização de fato é quando o Indivíduo consegue enxergar dentro de si o respeito pelo outro, num sentido amplo: respeito pelos direitos do outro, por suas tristezas, por suas alegrias, por suas limitações, por suas potencialidades, etc. Do mesmo modo, é quando ele consegue enxergar o “todo social”; ou seja, quando ele consegue ter a visão de que ele é apenas “uma gota (extremamente importante) no oceano”. É o momento em que ele percebe que todos os seus atos e/ou omissões têm efeito no todo, por menores que sejam. É o momento em que ele compreende que cada Indivíduo precisa fazer a sua parte na colaboração de uma Sociedade melhor, que não é mais possível “passar pela vida em brancas nuvens”, sem deixar nenhuma contribuição. É entender que é possível enxergar o outro e o Mundo à sua volta, dentro de qualquer grupo social, seja no Trabalho, na Escola, no Clube, na Igreja, o que importa enfim, é a consciência. Nesse sentido, quero chamar a atenção dos Professores e dos Administradores Escolares, pois de maneira geral, todos entendem essa sequência de adaptações no que diz respeito à sociabilização do Indivíduo. Portanto, é a Escola que pode e deve auxiliar, incentivar, proporcionar situações de sociabilização – não só nas Festas Escolares como também, e principalmente, no dia-a-dia de Sala de Aula, na integração dos alunos aos grupos, no respeito pela troca de pontos de vista, no reconhecimento de um pelo outro – além, é claro, no esclarecimento dos pais na importância dessa integração! Assim, alunos, Professores, Pais, poderão sim ser chamados Cidadãos Ativos de uma Sociedade em constante Evolução!!!

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