sexta-feira, 17 de julho de 2009

A mulher e o retorno aos estudos

Que impulso será forte o suficiente, para ser capaz de impulsionar uma pessoa a voltar a estudar mesmo depois de alguns anos “parada”? Falo das pessoas em geral, mas neste momento quero me dirigir às Mulheres, tanto donas de casa, como profissionais. É preciso muita coragem para tomar a decisão de voltar a estudar, pois isso incomoda muita gente, começando pela própria família. Mas por que a “implicância”, porque a colocação de tantos “obstáculos”? Vejamos o que acontece à uma dona de casa, ao sair para estudar: ausência, por algumas horas, fazendo com que a família tenha que se conduzir sem a mãe; ou seja, aquela que fica quebrando os “galhos” de todos. Com isso, pai e filhos precisam sair do comodismo, precisam alterar a dinâmica do dia-a-dia da casa. Resultado: “Ela” = Culpa, “Eles” = Egoísmo! Essa mesma dona de casa passa a mudar sua forma de encarar a vida, de resolver situações, passa a Ter opinião própria. Resultado: Ciúmes! Mas... ela está, agora, estudando, muito mais alegre, satisfeita, realizada, com auto-estima mais elevada, tem amigos, opina sobre os mais variados assuntos e ainda consegue manter a dinâmica da casa... Por que então a “implicância”? O que há de tão errado? Onde é que está determinado que o estudo deve ser privilégio dos filhos e do marido? O pior é que, muitas vezes, a própria mulher sente-se culpada por “deixar” a família para ir atrás de um sonho que é só dela, e que estava guardado, esquecido em algum cantinho... Resultado: Fracasso! Ou, por outro lado, ela tem muito medo de mão conseguir acompanhar a classe, em função dos anos de afastamento. Resultado: Desistência! O que ela não sabe é que, com o tempo, sua atitude de coragem e de desprendimento será o maior exemplo que deixará, tanto para seu marido (se for o caso), como principalmente para seus filhos, que terão nela uma vencedora, pois todos estarão contagiados pela alegria da auto-realização, do crescimento, do sucesso! É preciso alertar essas mulheres (mães, esposas, filhas), que o nosso País e o mundo precisam evoluir e que não se pode almejar evolução da humanidade se houver ainda tanta gente pensando e vivendo como há muitos anos atrás... Recorrendo à História da Educação do Brasil, quero citar a Professora Christina L. de Paula Leite, em seu Livro “Mulheres muito além do teto de vidro”, quando lembra que “...O Brasil Colonial herdou, portanto, de sua metrópole, uma organização patriarcal...em que a Mulher ocupava uma posição secundária e subordinada ao homem, enclausurada no lar...não era de bom costume aprender as artes da escrita e da leitura...”. A sociedade necessita da Mulher ativa e participante de todos os acontecimentos do Mundo, necessita de mães que tenham a noção exata da sua importância e influência na formação do caráter dos seus filhos, necessita de esposas autônomas que, além da participação direta no trabalho, estejam influenciando e incentivando seus esposos, namorados, pais, a estudarem e a se desenvolverem cada vez mais! Afinal, todos sabemos que é muito mais agradável aos filhos terem uma mãe atualizada, com quem possam conversar (o que ela irá atingir, justamente por estar em contato direto e constante com outros estudantes). Da mesma forma, para o marido, namorado, ou até para o pai, é muito mais prazeroso, ao chegar em casa, Ter com quem trocar idéias, discutir os mais variados assuntos e acontecimentos. Toda essa participação citada, somente será possível se houver uma mudança de mentalidade, uma real disposição em aceitar com humildade e perseverança essa nova etapa de retorno aos estudos (independente se irá ou não seguir uma carreira profissional); etapa essa fundamental para o desenvolvimento, não só da Mulher, como de todos que estiverem à sua volta! Convido, então, o leitor a refletir comigo: é justo interromper o processo natural da evolução humana?

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