sexta-feira, 17 de julho de 2009

A difícil escolha pelo magistério

Toda escolha é precedida de uma tomada de posição. Na grande maioria das vezes, essa tomada de posição exige rompimentos com antigos valores, com influências externas, etc. Refiro-me hoje à escolha pela carreira do Magistério... É evidente que todas as carreiras têm sua importância no contexto social, mas o Magistério forma os futuros cidadãos, as futuras gerações! Por nossas mãos passam os futuros Engenheiros, Médicos, Bancários, Comerciantes, Professores, Administradores, Políticos, etc. A competência ou não desses futuros profissionais começa a ser desenvolvida desde muito cedo, e é à essa reflexão que convido o leitor. Para escolher a carreira do Magistério, não basta absolutamente 'gostar de criança'. Essa é uma visão muito simplista... É necessário, é fundamental, ter paixão pelo desenvolvimento pessoal e intelectual de toda a humanidade!!! É também necessária a conscientização de que a criança que tem hoje sete anos, no ano 2.014 terá dezoito e estará entrando na Universidade, ou seja, fazendo sua opção profissional. O caráter desse adulto começa a ser formado na família e na escola, agora! É esse histórico de vida que irá influenciar suas decisões futuras. Como estará o mundo no ano 2014, por exemplo? Essa é uma das grandes preocupações que deve acompanhar o professor: projetar suas aspirações para o futuro! Que conseqüências trarão o seu envolvimento no ensino das crianças de hoje? Se o ensino for nivelado por baixo, teremos cidadãos 'incompletos' para o Terceiro Milênio - especialmente os de baixa renda. É isso que pretendemos para nossa sociedade? Reproduzi-la de forma elitista? A esperança de transformação da sociedade deve partir de nós, Educadores. Afinal, somos modelos para nossos alunos. Precisamos acreditar e educar igualmente as crianças, independente da classe social a que pertençam. É claro que o ponto de partida é a 'bagagem cultural' do aluno, mas o objetivo deve ser o de suprir possíveis deficiências e acelerar a aprendizagem ao máximo possível. Esse aspecto abordado até aqui refere-se à conscientização dos Professores do Ensino Infantil, Fundamental e Médio. Mas... nesse ponto, quero lançar uma questão: Quem forma esses professores que precisam, mais Do que nunca estar conscientes de sua importância político-social? As Universidades, em seus Cursos de Licenciatura! É necessário portanto, que esta discussão seja levada para dentro das salas de aula de formação de professores. Está também nas mãos dos Professores Universitários a responsabilidade de despertar nos futuros professores o Senso Crítico e a consciência de que, ao optar pela carreira do Magistério, ele precisará ultrapassar suas próprias limitações, precisará romper com a 'mesmice' que, infelizmente, se nota hoje entre muitos (não todos) profissionais da Educação. O futuro professor que ainda ocupa os bancos escolares precisa, além de todo embasamento teórico, ser trabalhado, desenvolvido, em sua capacidade de reflexão crítica da realidade, tanto escrita como falada. É na Universidade que esse futuro professor precisa desenvolver o poder da palavra, da argumentação. Precisa enfim, ser autônomo, buscando o conhecimento, sentindo a necessidade constante de aprimoramento. O professor somente irá despertar prazer nas crianças em aprender, se ele próprio tiver esse prazer. Portanto, é tarefa do Professor Universitário desenvolver esses futuros professores em todas as suas potencialidades, utilizando-se das teorias educacionais para que sejam aplicadas na prática pedagógica. Do contrário, perdem o sentido, ficando 'soltas' e, consequentemente, sem significado. É hora de dizer um 'basta' ao discurso vazio e partir para a ação em busca de um mundo melhor!!!

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