quinta-feira, 16 de julho de 2009

Repensar os Direitos da Criança

O “Dia da Criança” é, normalmente, muito comemorado e também bastante lembrado para que as pessoas reflitam sobre as crianças abandonadas, carentes, órfãs etc. Entretanto, desta vez, quero refletir sobre o 7º princípio da Declaração dos Direitos da Criança:

“7º Princípio – A criança tem direito à educação, para desenvolver as suas aptidões, sua capacidade para emitir juízo, seus sentimentos, e seu senso de responsabilidade moral e social...”

Sendo assim, quero falar um pouco sobre as crianças saudáveis, com moradia, família e todas as necessidades básicas garantidas.

Quando nossos filhos nascem, a primeira providência é recorrer ao Pediatra, para garantir seu desenvolvimento saudável – atitude, aliás, muito correta, evidentemente. Ocorre que raramente ouvimos falar de pais que tenham procurado algum Especialista em Educação Infantil e/ou em Desenvolvimento Emocional Infantil para serem corretamente orientados. A saúde e o desenvolvimento emocional são tão importantes quanto a saúde física!

Quando falamos em respeitar os Direitos das Crianças, vejam: estamos falando em respeitar a criança! É, portanto, falta de respeito não garantir o desenvolvimento emocional adequado a elas. Exemplificando:

Atitudes que infantilizem a criança impedem seu amadurecimento natural. Nossos filhos não podem ser vistos como se fossem “bonequinhos” que não irão crescer, ou, menos ainda, como se tivessem vindo para suprir uma carência afetiva que é nossa. Se agirmos de modo a impedir seu amadurecimento, estaremos desrespeitando o desenvolvimento emocional a que nosso filho tem direito. Precisamos olhar nossos filhos como seres humanos, pelos quais nós somos os responsáveis e que estarão atuando na sociedade, se relacionando com o Mundo e que precisam estar bem preparados para isso.

Excesso de mimo, eximir de responsabilidade, falta de rotina, falta de respeito para com os outros, tudo isso se ensina desde o berço... Depois é muito mais difícil eliminar comportamentos inadequados (mas não impossível). Nenhum de nós pretende que nossos filhos sejam adultos mimados, irresponsáveis, preguiçosos, confusos e desrespeitosos, não é mesmo?

Do mesmo modo, agilizar indiscriminadamente sua aprendizagem é um desrespeito para com o desenvolvimento cognitivo da criança. Nossos filhos também não podem ser apressados em seu desenvolvimento para satisfazer uma vaidade que é nossa! Tudo a seu tempo!

Percebo que, na maioria dos casos, a educação das crianças está baseada na comparação com outras famílias e crianças, ou então na reprodução da educação que recebemos. Isso é negar a evolução humana, é desrespeitar a individualidade de nossos filhos. Por isso justifico a afirmação de que é necessário buscar a orientação de especialistas, ou então ler muito a respeito, fazer cursos... Educar um ser humano é uma tarefa que vai muito além dos cuidados básicos com o bebê!

Ressalto ainda, que é absolutamente fundamental a harmonia dos pais no que se refere à educação dos filhos; ou seja, é impossível educar uma criança que tem o pai pensando e agindo de um modo e a mãe de outro! O casal precisa definir a educação que deseja e, de preferência, antes mesmo que os filhos nasçam! Se cada um pensa de um modo, a criança fica perdida na formação de sua própria identidade, na formação dos conceitos de certo e errado, bem ou mal etc., além de vivenciar o próprio desrespeito em casa, uma vez que pai ou mãe desrespeitam as orientações um do outro... “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço” é um ditado falso! A criança aprende muito mais por nossas atitudes do que por aquilo que falamos! Educação e desenvolvimento emocional equilibrado são coisas muito sérias, que merecem toda nossa atenção!

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