sexta-feira, 17 de julho de 2009

A mola mestra da educação

Muito se tem falado sobre Autonomia na Educação. Sua real importância é reconhecida na Escola Formativa, que dá ênfase à formação geral do indivíduo. A sociedade atual precisa de um novo cidadão, que seja mais justo, mais humano, mais livre, mais feliz. Nesse sentido, a Escola tem a grande responsabilidade de 'dar espaço' para o aluno desenvolver essas qualidades, através da autonomia moral e intelectual. A Escola precisa trabalhar valores (autonomia moral) no dia-a-dia, assim como encorajar os alunos a pensarem de forma ativa e crítica (autonomia intelectual). O aluno precisa compreender que o estudo o levará ao desenvolvimento global e não apenas a obter um bom emprego (o emprego é apenas consequência). Porém, o que se observa na realidade, é que em algumas escolas, os alunos são levados a 'recitar' respostas certas e raramente são questionados sobre o que pensam de fato. É inconcebível que, com tantos avanços tecnológicos, de comunicação e da ciência, o aluno seja por vezes encarado como 'um recipiente, que retém o que é entornado em sua cabeça' (segundo Dra. Constance Kamii, aluna fiel de Jean Piaget). Apenas para ilustrar, os grandes cientistas da história têm sido autônomos o bastante para permanecerem firmes em suas posições, para só depois de muito tempo serem reconhecidos. Ao contrário, o heterônomo (sem autonomia) é ingênuo, acredita em tudo que houve e vê, não reflete criticamente, em suma, não tem opinião própria. É frequente ouvirmos professores universitários reclamarem que seus alunos não estão acostumados a emitir opiniões, trabalhar em grupos, ou trocar pontos de vista. Essas aptidões são inatas ao ser humano; basta que sejam desenvolvidas desde as séries iniciais do Ensino Fundamental. Não se pode, no entanto, desprezar os conteúdos, uma vez que a Matemática, as Línguas, os Fatos Históricos, a Arte, etc. fazem parte da cultura geral da sociedade. É através desse reconhecimento que o indivíduo pode ser autônomo de fato. O professor, além de preocupar-se com a sua disciplina específica, precisa também preocupar-se em desenvolver a autonomia em seus alunos. Para atingir esse ideal, o educador (segundo Rubem Alves) precisa ter prazer em ensinar e proporcionar prazer ao aluno, em aprender. Afinal, mais do que técnicas e teorias, o prazer é ainda a Mola Mestra da Educação!

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