quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Bons Profissionais se formam na Infância




Tenho reparado ultimamente na qualidade de profissionais, dos mais variados setores e graduações e tenho refletido bastante a esse respeito. Como educadora, é quase que automático que eu me questione e que faça um link entre esse fato e a educação e a sociedade de hoje.
Se prestarmos atenção, veremos profissionais absolutamente descompromissados com o trabalho, com a empresa e, consequentemente, com o consumidor final. Os melhores se limitam a fazer exatamente o que consta em sua descrição de cargo e nem um milímetro a mais, mesmo que seja da maior importância. Os piores então, pensam que enganam a todos: patrão, colegas, clientes. Pensam, porque, na verdade, enganam a si mesmos, já que as conseqüências, ainda que demoradas, um dia chegam e normalmente resultam em demissão ou não-promoção interna, etc. Há ainda os retardatários, que entendem que seu horário de trabalho se inicia no momento em que chegam ao local de trabalho e não no horário em que, efetivamente, iniciam seu trabalho. Por exemplo, se o horário é às 8h00, chegam em cima da hora e até guardarem suas coisas e se prepararem para o trabalho, cumprimentarem colegas, são pelo menos 15 minutos de atraso diário. Isto, multiplicado pelas semanas e meses, se torna gigantesco!
Tornou-se “normal” encontrarmos, no ambiente de trabalho, aqueles que gastam mais tempo fazendo propaganda de seu próprio trabalho do que trabalhando, aqueles que puxam o tapete do colega por inveja ou por não ter brilho próprio, encontrar os “puxa-sacos” que tampouco se preocupam com a empresa ou o cliente, o preguiçoso, o irresponsável, ciumento, encrenqueiro, enfim, todo tipo de profissional. Está cada vez mais difícil encontrar o responsável, competente, justo, cooperativo, pontual, comprometido, etc. Sendo o local de trabalho também a representação da sociedade em pequena escala, faço um link com a educação de nossas crianças e jovens:
Um adulto, bem como um profissional, ou um pai de família, não se formam quando já adultos. A formação de base é na infância! É na família e na escola que se desenvolvem as características mais importantes da personalidade de alguém.
Na escola percebemos um imenso número de crianças que chegam normalmente atrasadas para a aula, agindo como se isso fosse normal e esperado. Não cumprem datas de entrega de trabalho, justificam seus erros geralmente acusando a terceiros, conformam-se com notas “regulares”, não se importando em atingir seu máximo de capacidade, negam-se a trabalhar em equipe, formam grupinhos amigos e inimigos, jamais dão um passo além do que o pedido pela professora, faltam à escola por qualquer motivo, executam tarefas sem capricho nenhum, nos jogos interescolares adotam a política do “vale tudo” para vencer: passar por cima, roubar, tudo! A justiça, no comportamento social, é feita pelas próprias mãos, com acusações injustas ou falsas e agressões. Além disso tudo, só “funcionam” se elogiados ou punidos. Nunca por vontade própria.
Percebem que as atitudes são transportadas para a vida adulta? Pois bem, então é hora de pararmos para repensar quais os valores e atitudes que estamos ensinando aos nossos filhos. Respeito, honestidade, ética, cabem a todas as situações e locais da vida – infantil e adulta. Não há como separar. O aluno deve ser tão honesto com seus colegas de classe e professores, quanto um profissional com seu empregador e cliente – seja um consumidor direto ou não.
A honestidade e o bom caráter deveriam ser qualidade natural de toda a sociedade. Deveria ser inconcebível imaginar que um profissional incompetente realizasse um mau trabalho por preguiça, incompetência ou desleixo, bem como um aluno, enquanto criança. O patrão deve ser honesto com o pagamento e respeito pelos direitos do funcionário, tendo o direito natural de ser retribuído com um bom trabalho, pelo qual ele paga para ter ao contratar este ou aquele profissional para servi-lo. Do mesmo modo, um professor deve ser honesto ao escolher conteúdo e metodologia adequada aos seus alunos e, consequentemente, adquirir o direito de ser respeitado por seus alunos, com seu esforço, dedicação, assiduidade, pontualidade, bons resultados, trabalhos e provas realizadas com eficiência.
De forma geral, acredito que a palavra RESPEITO, em seu sentido mais amplo (que abriga as palavras honestidade e ética, entre outras), deva ser a palavra de ordem, seja em família, na escola, no trabalho ou em qualquer grupo social.

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