quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Me desculpem os feios, mas beleza é fundamental!




Adaptando a famosa frase de Vinícius de Moraes, quero dar hoje um testemunho, fruto de pura observação da vida, utilizando o conceito de beleza interior, como sendo sim fundamental à existência humana.



Se prestarmos atenção perceberemos, cada dia mais, uma sociedade corrupta, dotada de falsa moral, egoísta, fútil, injusta e maldosa. É cada vez mais raro encontrar pessoas justas, corretas, honestas, generosas, dotadas de valores nobres, como principalmente o respeito pelo semelhante e, mais ainda, pelo “diferente”.



Como educadora, sinto-me abalada com tudo isso, pois percebo muito mais uma regressão do que evolução natural do ser humano. Pior do que isso: são esses adultos egoístas, fúteis, maldosos, superficiais, vazios e materialistas que estão por aí, criando e formando a cabecinha de nossas crianças e jovens! É a valorização do TER humano e não do SER humano!



Tenho bastante contato com a educação e a sociedade canadense, cuja formação das crianças é baseada no respeito pelo outro – praticamente disciplina obrigatória nas escolas - independente de raça, credo, idade ou classe social! Nas escolas – quase todas públicas, evidentemente, não se nota diferença de classe social, origem étnica ou religião! Aprende-se a ser tolerante e generoso desde cedo, convivendo com as diferenças, inclusive a diferença que diz respeito a crianças “especiais” (com síndrome de down, autistas ou portadoras de outros distúrbios). Crianças que crescem em meio às diferenças, aprendendo a respeitá-las, irão futuramente reproduzir o aprendido na escola e, por sua vez, criar seus filhos do mesmo modo e assim sucessivamente! Não é simples? Esse é o modo de se construir uma sociedade e não simplesmente reproduzir o que se apresenta, numa posição passiva, deixando acontecer e sofrendo mais tarde.



O mesmo ocorre no Brasil com relação a perpetuar-se, geração após geração a educação desnivelada, a falta de respeito, intolerância, a injustiça instaurada especialmente entre classes sociais, a desorganização e a lei de se levar vantagem em tudo, mesmo que signifique prejuízo ou infelicidade do outro, o hábito de julgar, apontar, acusar, a valorização do TER sobre o SER, etc. Vemos e vivenciamos pessoas infelizes que, incapazes de lutarem por seu próprio brilho, não medem esforços para tentar apagar o outro. É uma sociedade deteriorada e o pior é que vemos tudo isso, sabemos e não fazemos nada ou quase nada para alterar o rumo das coisas.



Educadores, temos a obrigação de dizer NÃO a tudo isso, a defender e a mostrar às nossas inocentes crianças que podemos ser muito mais felizes ao aplaudir a felicidade nossa e do outro! Podemos ser felizes sendo cooperativos, respeitosos, organizados, disciplinados e honestos! Honestos, no sentido amplo da palavra!



Chega de hipocrisia, chega de alimentar a discórdia, a traição, a maldade e a falta de respeito! Vamos pensar em nossa responsabilidade, enquanto formadores de opinião! Porque é que não podemos ter a mesma sociedade canadense, no que diz respeito à justiça, igualdade de oportunidades, harmonia, respeito e paz?



Se eu pudesse fazer um pedido ao Papai Noel este ano, seria esse o meu maior desejo: toneladas de beleza interior aos feios de alma e muito mais beleza e coragem àqueles realmente belos, que colaboram com a construção de uma sociedade justa e HUMANA! Bom Natal e boas reflexões a todos!

A criança, em casa, precisa de família!

São muitos os pais que frequentemente nos consultam para saber qual atitude tomar diante de seus filhos, em casa, a partir do momento que passam a freqüentar a escola. A dúvida geralmente acontece com pais de pré-escola e de séries iniciais do Ensino Fundamental. A resposta é bastante simples: “Sejam pais! Mais Nada!”

Explicando melhor: à escola e professores cabe a tarefa de ensinar, corrigir, avaliar. Aos pais cabe a tarefa de incentivar, acompanhar, gerenciar, criar ambiente favorável. Parece simples, mas não é!

No dia-a-dia da escola, enfrentamos diferentes tipos de situações: a dos pais totalmente ausentes e que consideram que a criança está na “escolinha”, que é muito pequeno para aprender,etc. Acabam, assim, minimizando a tarefa de profissionais que se dedicam àquilo que representa a base fundamental que garante os próximos anos de escolaridade da criança. Consequentemente, as crianças também não levam a sério, faltam muito, estão sempre atrasadas, não são organizadas, esquecem material em casa, não se dedicam, não fazem as tarefas com capricho, não participam da aula, brincam o tempo todo e, por fim, comprometem seu próprio aprendizado e desenvolvimento cognitivo, social e emocional.

Um outro tipo bastante comum de pais, refere-se àqueles que querem reforçar o aprendizado da criança, em casa. Escolhe atividades extra, faz perguntas que a criança não está preparada para responder fora de seu ambiente, fazendo com que se sinta insegura e colocada contra a parede. Exercícios a mais, só fazem com que a criança vá para a escola já cansada, entediada, sem vontade, sem concentração, muitas vezes pensando em tudo que gostaria de estar fazendo ao invés de estar na escola. Conclusão: a escola se torna o local da rebeldia, o local em que, longe dos olhos dos pais, pode extravasar sua energia, já que em casa ficou também estudando.

Além disso, há aqueles que fazem as tarefas pelos filhos, sob um disfarce de “estarem ajudando”. Isso é muito prejudicial, já que para o professor na escola, se a tarefa chega certinha, ele não tem como saber que a criança não estava em condições de realizá-la sozinha, evidenciando uma aprendizagem incompleta e insuficiente.

A criança precisa aprender na escola. É lá que está o especialista em educação, responsável por isso. Se não aprendeu, o bom professor precisa saber e investigar as causas da falha: se é com a classe toda, se é metodologia ou conteúdo inadequados, se há algum déficit com a criança etc. Se estiver sempre tudo certinho, é como o analgésico utilizado para baixar a febre e que, usado continuamente, pode estar mascarando uma infecção!

Bem, mas qual a saída? Como devem agir os pais? Refiro-me aos pais, mas me dirijo também aos avós ou babás; ou seja, a quem cuide da criança em casa:


• Para a realização das tarefas, garantir ambiente silencioso, bem iluminado e arejado. Confortável também, é claro!
• Demonstrar interesse e dar uma olhada na tarefa, fazer comentários e mais nada. Ajudar a ler ou interpretar um enunciado e pronto. O resto é com a criança.
• Após realizada a tarefa, checar se realmente foi feita por inteiro, se não ficou faltando nada.
• No caso de pesquisa, auxiliar na busca – dicionário, livros ou internet, mas não incentivar simplesmente cópias. Garantir que haja leitura e entendimento.
• Nas séries iniciais e principalmente na pré-escola, geralmente a lição de casa é solicitada unicamente para criar o hábito de estudo em casa ou, no máximo, para exercitar o que já foi aprendido. Normalmente essas tarefas não representam avaliação da criança. É um hábito que será repetido pelo resto da vida - tanto de estudante, quanto de profissional.

Para o dia-a-dia:

• Ler muitos e muitos livrinhos infantis, adequados à criança. O hábito de leitura começa desde cedo! Se a criança já souber e quiser ler, seja um ouvinte atento, valorize a leitura. Tenha paciência!
• Oferecer jogos e brinquedos adequados também à faixa etária e dar preferência absoluta àqueles que precisam da criança para brincar. Brinquedos que brincam sozinhos são até bonitinhos, mas não estimulam nenhuma habilidade da criança, a não ser a visual ou auditiva. Prefira os pedagógicos!
• Dançar, cantar, brincar, com músicas infantis! É divertido e extremamente educativo!
• Sugerir brincadeiras ou jogos que façam com que a criança se exercite. A vida sedentária é vista também entre as crianças, acostumadas a horas e horas em frente à TV ou vídeo game.
• Ser sempre um perguntador, um motivador que leve a criança a observar o mundo à sua volta, a tecer comentários, a resumir fatos ocorridos, etc.
• Lembrem-se: na hora dos jogos, sigam as regras. É extremamente importante que a criança aprenda a interpretar as regras e a segui-las, como se faz com o enunciado de uma questão de matemática, por exemplo!

Finalizando, papais e mamães que trabalham fora, não se culpem por não acompanharem a realização da lição de casa. Como se vê, há maneiras possíveis de se fazer presente, sem estar literalmente sentado ao lado da criança nesse momento! Aproveitem seu tempo livre! Brinquem, divirtam-se com seus filhos! É muito simples serem pais “educativos”, sem tomarem o lugar dos professores! A criança, em casa, precisa de FAMÍLIA!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O medo de educar um filho





Pode parecer loucura, mas é a pura verdade: medo de se educar um filho. Medo de errar, de perder o amor do filho, de ser acusado, de se sentir culpado; enfim, toda a variedade possível de “medos”.

Que tal relaxar e refletir? Uma criança, quando vem ao mundo, precisa ser adaptada a ele e à sociedade à qual pertence. Isto é fato. O mundo não se rende e nem se importa com um ser a mais. Quem chega é que se adapta – ou não.

Todos sabemos que é regra termos que nos adaptar a qualquer situação nova – por exemplo, quando chegamos a uma festa, o movimento para se integrar precisa ser nosso. Do contrário, corremos o risco de ficarmos de fora. Nós nos adaptamos para sermos bem recebidos, permanecermos na festa e, inclusive, sermos convidados novamente em outras oportunidades, passando a fazer parte do grupo.

Pois bem, voltando para a educação de nossos pequenos: o bebê é egoísta, sente-se o centro do universo e das atenções de todos, evidentemente. Ele tem necessidades fisiológicas e deseja atendê-las. Não aprendeu ainda a compartilhar, a pensar no outro, etc. É tarefa dos pais ensiná-lo. O bebê não nasce já educado! Não tem a menor idéia de organização, respeito, responsabilidade, disciplina, nada! Deseja satisfazer suas vontades e pronto. Os pais, enternecidos com aquela carinha linda de anjinho, não têm coragem de contar-lhes a verdade: o mundo NÃO gira em torno deles e as pessoas, NÃO estão todas a serviço da satisfação do bebê para quando ele quiser. Essa é a verdade. Porque não contar a eles? Porque enganá-los?

Tem hora de mamar, de tomar banho, de brincar e de dormir. Ele ainda não conta com o raciocínio lógico. Então, só nos resta dizer-lhes como é e, caso aprontem aquela choradeira (cada um defende o que é seu e ele usa a “arma” que tem: o choro!), só nos resta deixá-lo chorar, até que perceba que não vai adiantar. Caso contrário, aquele pequeno bebezinho conseguirá fazer com que a casa toda passe as noites acordadas, por exemplo, sem poder dormir de dia (como ele). Isto é real? É assim que o mundo funciona? Novamente: Porque enganá-lo?

Com a criança um pouco mais crescida, é só dar continuidade a essa forma de pensar. É hora da refeição, sentam-se todos à mesa e comem. Não se deve, por exemplo, inventar brincadeirinhas tolas para alimentá-lo. Se comer, se sentirá alimentado. Se não comer, sentirá fome, que é a conseqüência da falta de alimento. Na próxima refeição, deverá compensar a perdida. Simples.

Não há problema algum em seguir uma rotina com regras e disciplina em casa. Os pais são os únicos responsáveis por isso. Se não o fizerem, o filho será duramente cobrado no futuro. É muito mais difícil adequar o comportamento de uma criança “mal educada” depois que cresce, do que educá-la dentro dos princípios aceitos na sociedade a que pertence.

Resumindo, sugiro pensarmos da maneira mais objetiva e real possível, na hora de educar uma criança. Não se perde o amor dela por mostrar-lhe o mundo real. A criança sabe melhor do que nós discernir se está havendo ou não falta de respeito para consigo. A forma de educá-la já é um exemplo perfeito de retidão e respeito. Caso contrário, há os desvios de revolta e questionamento do filho para com os pais. Explicando melhor: é uma falta de respeito tremenda mimá-la e sujeitá-la à sociedade posteriormente. A criança sente quando os pais estão sendo firmes, mas com muito AMOR e gentileza, serenidade.

O mundo não é cor-de-rosa, não está a serviço do bebê, os outros também têm valor – não é só ele que é o melhor e mais importante do mundo para seus pais. A criança de hoje precisa, mais do que nunca, reaprender valores anteriormente engavetados, como honestidade, respeito, disciplina, fraternidade, responsabilidade, etc. Quem respeita a si próprio respeita também o outro e adquire o direito a exigir um ambiente de respeito e honestidade para si. A criança, quando ensinada, sente-se muito mais à vontade com regras, rotina, organização e respeito. Vejo isso todos os dias. O ambiente justo e sereno garante crianças saudáveis e responsáveis. A quebra das regras leva à injustiça e é a própria criança quem nos cobra!

Aliás, é muito mais provável que os pais sejam duramente julgados no futuro, se não mostrarem o mundo real ao filho desde cedo. O mimo é um atraso de vida para todos! É uma mentira estendida por anos e anos, desfeita a duras penas.

No Brasil particularmente, muito provavelmente por causa do ranço de uma educação ultrapassada e baseada na obediência pelo medo e não pelo respeito e autonomia moral, quando se fala em educação levada a sério, a maioria das pessoas se remete a essas lembranças desagradáveis e parte para o outro extremo: o da liberdade sem limites! Sou absolutamente a favor da liberdade de ação e expressão, desde que tenha sido garantida a educação e formação de valores, previamente, quando o jovem era ainda bebê/criança. Insisto em afirmar que criança educada não precisa apanhar! A que apanha, geralmente é produto de mimos da família. Sendo garantida a base sólida, o jovem estará pronto para atuar na sociedade sem nenhum problema – nem para ele e muito menos para os outros!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A criança, em casa, precisa de família!


São muitos os pais que frequentemente nos consultam para saber qual atitude tomar diante de seus filhos, em casa, a partir do momento que passam a freqüentar a escola. A dúvida geralmente acontece com pais de pré-escola e de séries iniciais do Ensino Fundamental. A resposta é bastante simples: “Sejam pais! Mais Nada!”


Explicando melhor: à escola e professores cabe a tarefa de ensinar, corrigir, avaliar. Aos pais cabe a tarefa de incentivar, acompanhar, gerenciar, criar ambiente favorável. Parece simples, mas não é!
No dia-a-dia da escola, enfrentamos diferentes tipos de situações: a dos pais totalmente ausentes e que consideram que a criança está na “escolinha”, que é muito pequeno para aprender,etc. Acabam, assim, minimizando a tarefa de profissionais que se dedicam àquilo que representa a base fundamental que garante os próximos anos de escolaridade da criança. Consequentemente, as crianças também não levam a sério, faltam muito, estão sempre atrasadas, não são organizadas, esquecem material em casa, não se dedicam, não fazem as tarefas com capricho, não participam da aula, brincam o tempo todo e, por fim, comprometem seu próprio aprendizado e desenvolvimento cognitivo, social e emocional.
Um outro tipo bastante comum de pais, refere-se àqueles que querem reforçar o aprendizado da criança, em casa. Escolhe atividades extra, faz perguntas que a criança não está preparada para responder fora de seu ambiente, fazendo com que se sinta insegura e colocada contra a parede. Exercícios a mais, só fazem com que a criança vá para a escola já cansada, entediada, sem vontade, sem concentração, muitas vezes pensando em tudo que gostaria de estar fazendo ao invés de estar na escola. Conclusão: a escola se torna o local da rebeldia, o local em que, longe dos olhos dos pais, pode extravasar sua energia, já que em casa ficou também estudando.
Além disso, há aqueles que fazem as tarefas pelos filhos, sob um disfarce de “estarem ajudando”. Isso é muito prejudicial, já que para o professor na escola, se a tarefa chega certinha, ele não tem como saber que a criança não estava em condições de realizá-la sozinha, evidenciando uma aprendizagem incompleta e insuficiente.
A criança precisa aprender na escola. É lá que está o especialista em educação, responsável por isso. Se não aprendeu, o bom professor precisa saber e investigar as causas da falha: se é com a classe toda, se é metodologia ou conteúdo inadequados, se há algum déficit com a criança etc. Se estiver sempre tudo certinho, é como o analgésico utilizado para baixar a febre e que, usado continuamente, pode estar mascarando uma infecção!
Bem, mas qual a saída? Como devem agir os pais? Refiro-me aos pais, mas me dirijo também aos avós ou babás; ou seja, a quem cuide da criança em casa:


• Para a realização das tarefas, garantir ambiente silencioso, bem iluminado e arejado. Confortável também, é claro!

• Demonstrar interesse e dar uma olhada na tarefa, fazer comentários e mais nada. Ajudar a ler ou interpretar um enunciado e pronto. O resto é com a criança.

• Após realizada a tarefa, checar se realmente foi feita por inteiro, se não ficou faltando nada.

• No caso de pesquisa, auxiliar na busca – dicionário, livros ou internet, mas não incentivar simplesmente cópias. Garantir que haja leitura e entendimento.

• Nas séries iniciais e principalmente na pré-escola, geralmente a lição de casa é solicitada unicamente para criar o hábito de estudo em casa ou, no máximo, para exercitar o que já foi aprendido. Normalmente essas tarefas não representam avaliação da criança. É um hábito que será repetido pelo resto da vida - tanto de estudante, quanto de profissional.
Para o dia-a-dia:
• Ler muitos e muitos livrinhos infantis, adequados à criança. O hábito de leitura começa desde cedo! Se a criança já souber e quiser ler, seja um ouvinte atento, valorize a leitura. Tenha paciência!

• Oferecer jogos e brinquedos adequados também à faixa etária e dar preferência absoluta àqueles que precisam da criança para brincar. Brinquedos que brincam sozinhos são até bonitinhos, mas não estimulam nenhuma habilidade da criança, a não ser a visual ou auditiva. Prefira os pedagógicos!

• Dançar, cantar, brincar, com músicas infantis! É divertido e extremamente educativo!

• Sugerir brincadeiras ou jogos que façam com que a criança se exercite. A vida sedentária é vista também entre as crianças, acostumadas a horas e horas em frente à TV ou vídeo game.

• Ser sempre um perguntador, um motivador que leve a criança a observar o mundo à sua volta, a tecer comentários, a resumir fatos ocorridos, etc.

• Lembrem-se: na hora dos jogos, sigam as regras. É extremamente importante que a criança aprenda a interpretar as regras e a segui-las, como se faz com o enunciado de uma questão de matemática, por exemplo!
Finalizando, papais e mamães que trabalham fora, não se culpem por não acompanharem a realização da lição de casa. Como se vê, há maneiras possíveis de se fazer presente, sem estar literalmente sentado ao lado da criança nesse momento! Aproveitem seu tempo livre! Brinquem, divirtam-se com seus filhos! É muito simples serem pais “educativos”, sem tomarem o lugar dos professores! A criança, em casa, precisa de FAMÍLIA!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Bons Profissionais se formam na Infância




Tenho reparado ultimamente na qualidade de profissionais, dos mais variados setores e graduações e tenho refletido bastante a esse respeito. Como educadora, é quase que automático que eu me questione e que faça um link entre esse fato e a educação e a sociedade de hoje.
Se prestarmos atenção, veremos profissionais absolutamente descompromissados com o trabalho, com a empresa e, consequentemente, com o consumidor final. Os melhores se limitam a fazer exatamente o que consta em sua descrição de cargo e nem um milímetro a mais, mesmo que seja da maior importância. Os piores então, pensam que enganam a todos: patrão, colegas, clientes. Pensam, porque, na verdade, enganam a si mesmos, já que as conseqüências, ainda que demoradas, um dia chegam e normalmente resultam em demissão ou não-promoção interna, etc. Há ainda os retardatários, que entendem que seu horário de trabalho se inicia no momento em que chegam ao local de trabalho e não no horário em que, efetivamente, iniciam seu trabalho. Por exemplo, se o horário é às 8h00, chegam em cima da hora e até guardarem suas coisas e se prepararem para o trabalho, cumprimentarem colegas, são pelo menos 15 minutos de atraso diário. Isto, multiplicado pelas semanas e meses, se torna gigantesco!
Tornou-se “normal” encontrarmos, no ambiente de trabalho, aqueles que gastam mais tempo fazendo propaganda de seu próprio trabalho do que trabalhando, aqueles que puxam o tapete do colega por inveja ou por não ter brilho próprio, encontrar os “puxa-sacos” que tampouco se preocupam com a empresa ou o cliente, o preguiçoso, o irresponsável, ciumento, encrenqueiro, enfim, todo tipo de profissional. Está cada vez mais difícil encontrar o responsável, competente, justo, cooperativo, pontual, comprometido, etc. Sendo o local de trabalho também a representação da sociedade em pequena escala, faço um link com a educação de nossas crianças e jovens:
Um adulto, bem como um profissional, ou um pai de família, não se formam quando já adultos. A formação de base é na infância! É na família e na escola que se desenvolvem as características mais importantes da personalidade de alguém.
Na escola percebemos um imenso número de crianças que chegam normalmente atrasadas para a aula, agindo como se isso fosse normal e esperado. Não cumprem datas de entrega de trabalho, justificam seus erros geralmente acusando a terceiros, conformam-se com notas “regulares”, não se importando em atingir seu máximo de capacidade, negam-se a trabalhar em equipe, formam grupinhos amigos e inimigos, jamais dão um passo além do que o pedido pela professora, faltam à escola por qualquer motivo, executam tarefas sem capricho nenhum, nos jogos interescolares adotam a política do “vale tudo” para vencer: passar por cima, roubar, tudo! A justiça, no comportamento social, é feita pelas próprias mãos, com acusações injustas ou falsas e agressões. Além disso tudo, só “funcionam” se elogiados ou punidos. Nunca por vontade própria.
Percebem que as atitudes são transportadas para a vida adulta? Pois bem, então é hora de pararmos para repensar quais os valores e atitudes que estamos ensinando aos nossos filhos. Respeito, honestidade, ética, cabem a todas as situações e locais da vida – infantil e adulta. Não há como separar. O aluno deve ser tão honesto com seus colegas de classe e professores, quanto um profissional com seu empregador e cliente – seja um consumidor direto ou não.
A honestidade e o bom caráter deveriam ser qualidade natural de toda a sociedade. Deveria ser inconcebível imaginar que um profissional incompetente realizasse um mau trabalho por preguiça, incompetência ou desleixo, bem como um aluno, enquanto criança. O patrão deve ser honesto com o pagamento e respeito pelos direitos do funcionário, tendo o direito natural de ser retribuído com um bom trabalho, pelo qual ele paga para ter ao contratar este ou aquele profissional para servi-lo. Do mesmo modo, um professor deve ser honesto ao escolher conteúdo e metodologia adequada aos seus alunos e, consequentemente, adquirir o direito de ser respeitado por seus alunos, com seu esforço, dedicação, assiduidade, pontualidade, bons resultados, trabalhos e provas realizadas com eficiência.
De forma geral, acredito que a palavra RESPEITO, em seu sentido mais amplo (que abriga as palavras honestidade e ética, entre outras), deva ser a palavra de ordem, seja em família, na escola, no trabalho ou em qualquer grupo social.

FALE COMIGO: Orkut: Giselle Fernandes ou e-mail: gisellefernandes2@hotmail.com

terça-feira, 29 de setembro de 2009

"Quanto mais conheço os homens, mais eu admiro os animais!"*




* Quanto mais conheço os homens, mais eu admiro os animais!" - Autor genial dessa frase e, infelizmente, desconhecido!

Inveja, ciúme, ganância, poder, chantagem, raiva, falsidade, traição, vingança e tantos outros sentimentos somente fazem parte do conhecimento humano, dos animais ditos racionais. Interessante isso, não? Triste, muito triste, eu diria. Os animais matam, cercam suas presas, mas o jogo é aberto. Todos conhecem os predadores e se protegem deles. Já na raça humana, o jogo é para jogadores, não para pessoas de bem, que são muitas vezes devoradas sem nem saber por quem.

Desta vez o artigo está “amargo”, diriam alguns. Entretanto, é preciso falar também daquilo que nos é amargo, para tentarmos refletir e tomar atitudes com a educação de nossas crianças e jovens, pelos quais somos todos responsáveis – pais e educadores.

Se agirmos de modo a dar força aos nossos sentimentos “pesados”, digamos assim, estaremos dando esse exemplo em casa, na escola, ou onde estivermos. A partir do momento em que nos tornamos pais ou educadores, todas as nossas atitudes farão parte do mundo de nossas crianças. O psicólogo Lev Vygotsky, define muito bem essa influência, comprovando que “o sujeito é produto do meio em que vive”. Se a criança vive num meio onde presencia falta de respeito entre as pessoas, traição, agressividade, inveja etc, passará a agir assim naturalmente, achando que é tudo normal, que é normal lançar mão de todo e qualquer artifício, caso seja em benefício próprio.

É evidente que, sendo humanos, somos suscetíveis a todos os sentimentos – ditos “bons” ou “maus”. O segredo está no controle. Controle da inveja, da maldade, da raiva, da vingança. Há momentos de raiva, que nos fazem tomar atitudes. Todos precisamos de uma certa dose de agressividade para discutir e fechar um negócio, por exemplo. Alguém precisa de um certo poder para liderar uma equipe, mas ninguém precisa chantagear, trair ou se vingar de ninguém, em momento algum. Ninguém precisa ser falso para jogar com as pessoas e ninguém precisa humilhar ninguém! O problema está na dose de agressividade e dos outros sentimentos razoavelmente necessários em nosso dia-a-dia. O problema está em usar esses sentimentos para prejudicar quem quer que seja. A competição pode ser muito positiva, se for leal, se for para o crescimento e não para a destruição de ninguém!

O maior problema de todos, é ensinar às nossas crianças que está certo “dar o troco”, se vingar. “Levou um chute hoje? Vai lá amanhã e desconta nele! Delate, agrida também!”

Mas o pior mesmo é observarmos como está nossa sociedade, é notarmos que cada vez mais as pessoas se odeiam, traem, humilham, sem nenhum peso na consciência! A sobrevivência, para o ser humano, tem sido a sobrevivência do seu próprio bem estar e o resto não interessa. Ninguém se importa com ninguém!

Falando em inveja, logo nos lembramos do sentimento mais conhecido de ciúme exagerado, de querer ter a bolsa bonita que a outra tem. Essa inveja é quase que inofensiva. Me refiro àquela inveja surda, omissa e por isso mesmo mais perigosa. É a inveja que a esposa sente do marido bem sucedido, apesar de desfrutar dos benefícios disso. Essa inveja se manifesta em boicote, sendo uma atitude surda, disfarçada, louca! Não faz sentido, como não faz sentido um irmão com inveja do sucesso, beleza, ou habilidade esportiva de um outro irmão e aí faz de tudo para criticá-lo, encontrar defeitos, trair, mentir, omitir...

O que será que faz um ser humano odiar o outro e ser capaz das piores atrocidades justamente contra aquele que lhe faz tanto bem? Não tenho a resposta, apenas observo e me preocupo com nossa raça “dita” humana!

Senhores animais, minha admiração por seu mundo irracional e selvagem!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Pai e Mãe: é permitido errar!


Tenho pensado muito ultimamente neste assunto: será que nos é permitido “errar”? Sim, é permitido, uma vez que somos seres humanos e, como tal, imperfeitos! Não temos sempre todas as respostas, estamos envolvidos emocionalmente com nossos filhos e por isso mesmo podemos errar, mesmo que estejamos tentando acertar!
Amamos, amamos incondicionalmente, desejamos ter nossos filhos – mesmo que não tenham sido planejados – sonhamos para eles “ o mundo” e nos preocupamos em proporcionar-lhes esse mundo. Criamos nossos pequenos baseados em um modelo familiar justo, honesto, cordial e transbordando de amor. Muitos de nós chegamos ao exagero de querer cobrir os filhos de bens materiais em excesso, mas esse assunto já foi abordado outras vezes, por ser bastante delicado e não vem ao caso hoje. Hoje estou falando daquela mãe, daquele pai que ama, protege, projeta em seu filho seus próprios desejos e frustrações sem o perceber!
Enquanto bebê é muito fácil, não é mesmo? Nessa fase, o maior erro que podemos cometer é o de deixá-los trocar o dia pela noite, numa demonstração exagerada de cuidados de nossa parte, que geram os mimos do bebê. Entretanto, o bebê cresce e começa a mostrar que tem vontades próprias, que pensa, que é egoísta, apesar de meigo etc. É aí que começam os nossos problemas – e erros! Erros? Não!
Não são exatamente “erros”, se não tivermos consciência deles. Serão erros se, depois de conscientes, não tomarmos providências. Aí sim serão erros praticados com consciência – mas ainda assim, passíveis de tolerância, uma vez que não somos perfeitos. Mas podemos refletir a respeito, fazer uma pequena retrospectiva de nossas vidas desde que nos tornamos pais (ou desde que éramos filhos) e tentarmos compreender o que houve, onde e quando foi que erramos, partindo para a solução da forma mais acertada possível.
Algumas situações comuns, que fazem com que nossos olhos fiquem embaçados perante os acontecimentos: quando a criança é muito independente e nos orgulhamos disso, dando a ela total liberdade de ação, para que no futuro saiba como se cuidar. Cuidado! Podemos perder o controle dessa independência e deixamos de considerar que, apesar de independente, a criança não tem vivência e nem experiência suficientes para seguir em frente sozinha. Que isso pode levá-la à soberba, não considerando que todos dependem e necessitam uns dos outros, que o respeito se baseia no “respeitar e ser respeitado”...
Por outro lado, se ela for extremamente insegura, dependente, podemos super protegê-la e não permitir jamais que tome a iniciativa ou a decisão por si própria, deixando que se transforme em um adulto inseguro, dependente e passivo perante a vida, esperando sempre que as decisões caiam do céu para que não precise se comprometer.
O mesmo ocorre com a criança muito inteligente, que passa a acreditar que já sabe tudo e que, do mesmo modo, não teve experiência de vida – além do que, não considera que “ninguém” sabe tudo. Esta criança pode se tornar um adulto intolerante com o diferente, pode não saber lidar e conviver harmoniosamente com pessoas que pensem e ajam de modo diferente, ou com alguma dificuldade, etc.
Por outro lado, se ela apresentar dificuldade de aprendizagem, mais uma vez, por excesso de amor e proteção, podemos potencializar essa dificuldade, criando ainda o medo. Medo de se expor, medo de se relacionar, etc.
São infinitos exemplos que poderiam ser citados aqui, mas a intenção é unicamente de refletir com o leitor a respeito da importância da educação e do manejo com nossos filhos, desde bem pequenos. De mesma importância é a tolerância conosco, ao percebermos falhas que cometemos involuntariamente e por excesso de zelo e amor.
Muitas vezes, os próprios pais se tornam vítimas dos seus filhos, depois de criados. Estes, mostram-se implacáveis com o “dedo indicador”, considerando que passaram a ter o direito de julgar e ditar as regras. Se agirem assim, nós somos os únicos responsáveis, apesar de não termos nos dado conta. Nós os criamos! Os filhos são o resultado do que fizemos deles...
É preciso pensar objetivamente no problema, seja ele qual for e partir para a solução – se houver, evidentemente. Muitas vezes as conseqüências de nossos pequenos enganos na educação tornam-se eternas – por isso a importância do tema.
Geramos e educamos filhos para o mundo, mas com valores e princípios que vêm do berço que nós preparamos para eles. Resta saber que tipo de ser humano pretendemos deixar para a sociedade e para nós...
Obs.: encerro o texto com reticências, já que ninguém tem as respostas – afinal, o que é “certo ou errado” quando se fala em amor?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Chantagem com os filhos? NÃO!




Chegamos a um assunto bastante delicado e difícil para desenvolver: a questão da chantagem com as crianças! Refiro-me a chantagem mesmo, aquela que compra, deliberadamente, um comportamento, atitude, tudo enfim! Esse tipo de negociação deturpa a relação entre pais e filhos, ensina a negociar o que jamais poderia ser negociado: EDUCAÇÃO E RESPEITO!
Em plena era das inteligências múltiplas, em que pais preocupam-se em selecionar escolas que valorizem o desenvolvimento em todas as áreas do conhecimento, nos deparamos, por outro lado, com os mesmos pais subestimando a inteligência de seus filhos, aplicando a negociação ao invés da educação pelo respeito, aquela que prioriza a autonomia moral e intelectual de seus filhos.
Existem diferentes formas de se lidar com situações parecidas e é a forma diferente que irá taxar a atitude de chantagem ou não (para crianças a partir dos 4 ou 5 anos, mais ou menos). Explicando melhor:
A criança não se comporta bem à mesa, na presença de visitas. Faz malcriação, não come direito, responde, enfim, tudo aquilo que envergonha os pais. O que fazer? Frase típica: “se você não se comportar, vai ficar sem andar de bicicleta uma semana!” ou “se você se comportar, depois eu te compro um brinquedo de presente.” >>> resultado: nunca mais, em nenhuma situação, a criança irá atender aos pais sem que haja uma negociação por trás. Pior que isso: conforme for crescendo, o valor de compra/venda vai aumentando e se torna um tormento – mesmo porque, na vida “real” a negociação é outra e o indivíduo é excluído ou marginalizado, caso não se adapte às regras. Aí, os pais que já não agüentam mais a situação, perdem a cabeça e batem ou brigam, agridem etc. Tudo errado, desde o princípio!
Esta criança precisa aprender a se comportar por si mesma, ser incentivada a ter vontade própria, desde que adaptada ao meio, já que é um ser humano que vive em sociedade. É na família que estão as primeiras regras sociais que ele deverá aprender e decidir aceitá-las ou não. Sim, é sempre dada a oportunidade de escolha “orientada, cuidada”. Entretanto, tudo na vida tem conseqüências e este exemplo não foge à regra.
Agora, um exemplo de situação que desenvolve a idéia de autonomia para a escolha: “Para que você possa ficar conosco à mesa, deverá agir assim e assim... caso não consiga, não poderá estar entre nós e ficará em seu quarto, esperando que termine o jantar. O que prefere? Ficar? Sabe qual é a regra claramente? Não quer ficar? Sabe que ficará no quarto, sem nenhum brinquedo, sem companhia e sem nada para fazer?” Pronto! Está feito! Se ficar à mesa bem, não precisará ser presenteado por bom comportamento. A satisfação é o comentário positivo dos pais, sem exageros, depois do jantar. Se começar se comportando bem e ficar mal depois, só o fato de olhar nos olhos dos pais já saberá o que deve fazer para continuar lá ou não. Se não se comportar, o fato de ir para o quarto não é um “castigo” e sim uma sanção, uma conseqüência daquilo que ela, criança, escolheu para si. Com o tempo, aprenderá facilmente que as conseqüências são de acordo com as escolhas que ela faz e, assim, não irá culpar a terceiros por suas chateações. Erra quem pensa que a criança não compreende se for explicado desde tenra idade. O grande erro é mimar, castigar, comprar, chantagear enquanto bem pequenos e depois, de uma hora para a outra, querer dialogar... Sempre digo que o hábito do diálogo em família já começa na gestação! Depois, pode ser tarde!
Tem se difundido a atitude de atribuir pontos às crianças, como forma de “espelho” de seu comportamento. Não há problemas, isso pode ser feito. Entretanto, precisa ser bem feito para que não tenha conseqüências desastrosas. O prazer da criança deve ser, antes de mais nada, pelo reconhecimento de suas boas atitudes e satisfação de todos à sua volta. Ser gratificada com meia hora a mais de televisão, por exemplo, pode ser usado esporadicamente e de preferência como uma surpresa pela satisfação dos pais! O que não se deve fazer é recompensar a criança com objetos materiais, para que não se evidencie a chantagem e a negociação propriamente ditas. Volto a dizer: com o tempo o preço sobe, como a inflação! As conseqüências para uma criança que está em formação de caráter, podem ser desastrosas.
Basicamente, o que mais falta na educação das crianças, em família, é o estabelecimento prévio de regras claras, ditas de modo que a criança entenda. É preciso repetir algumas vezes para serem memorizadas. Quais são as atitudes esperadas à noite, em casa? Horário e local de lição de casa, de banho, de jantar... horário de brincar, tudo enfim! Muitas vezes a criança erra por total desconhecimento do que seria esperado dela. É esperado respeito e obediência pelos pais ou é normal a falta de respeito, os gritos, as interrupções? Depende da família, já que a criança é um ser novo que surge com a família já formada. O que não se pode, é dar exemplo de uma coisa e exigir outra. Os pais são o modelo para os filhos e as crianças repetem fielmente o que vêem, até porque aprendem muito mais com os exemplos do que com discursos! Vamos pensar nisso?

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Meu filho só quer ganhar: nasceu vencedor?



Não! Não nasceu vencedor! A criança que só quer ganhar, que não aceita a derrota, é a criança mal acostumada, mimada, educada para um mundo que não existe! Mas então, será que estou dizendo para educarmos perdedores? É claro que não também! No artigo de hoje, desenvolvo a idéia de formarmos seres humanos bem preparados, competitivos, honestos, leais, prontos para atuarem na sociedade de forma muito mais desenvolvida do que temos hoje.
Quando o filho é ainda bebê, há um discurso inevitável: “você é o mais lindo do mundo, o mais esperto, já sabe tudo!” – frases ditas diretamente à criança e a outras pessoas, na frente da criança. É realmente inevitável, é uma forma de expressão – exagerada, é verdade, mas ainda assim não conseguimos nos controlar. Sabemos que ele não é o mais lindo DO MUNDO, etc, mas nos expressamos assim, por empolgação, por amor! Quando não são guardadas as devidas proporções, o que acontece com o passar do tempo é que a criança, ainda pequena, não sabe discernir o exagero do real e como acredita em tudo que seus pais dizem, realmente passa a se considerar a mais linda do mundo, mais esperta, mais engraçadinha, mais inteligente etc. Precisamos nos lembrar que o excesso corrompe o caráter, a moral. Vaidade ou bens materiais em excesso podem sim corromper a personalidade de nossos pequenos, ainda em formação.
Dentro deste quadro, é fácil imaginar a criança que resulta: egoísta, soberba(*) e, o que é ainda mais preocupante: não mede esforços para ganhar, aconteça o que acontecer (mesmo que para isso precise ludibriar alguém). Na situação em questão, o resultado NÃO é o de uma criança autoconfiante! A criança que tem autoconfiança se expõe, esforça-se por conseguir atingir seus objetivos, mas considera sobretudo a capacidade do outro. Na prática, por exemplo, para ficar mais claro: num simples jogo de dominó, os pais acham engraçadinho que a criança queira sempre ganhar e então eles, os pais, sempre perdem para que a criança experimente o prazer de ganhar. Modificam regras de acordo com a vontade do filho, tudo para facilitar e garantir esse desejo “inato” de ser sempre o vencedor.
Pois bem, essa criança não experimenta o prazer pela dedicação, aperfeiçoamento e especialização, da prática para a conquista final, não aprende a se esforçar por algo que deseje muito. Deixa de aprender que o outro pode ser tão bom ou melhor do que ele e que, assim, deverá sempre estar em busca da eficiência pessoal. Como? Perdendo! Perdendo e aprendendo a fazer a análise posterior, descobrindo onde e porque errou e perdeu e qual a estratégia que deverá ser utilizada para que seja o vencedor na próxima oportunidade. A frustração serve para isso: para a auto análise, especialização e escolha de estratégia futura! Reconhecer que não é sempre o melhor leva à busca pelo desenvolvimento justo e honesto. Quem respeita o outro, respeita também a si mesmo.
Finalmente, um outro ponto fundamental a ser tratado é a possibilidade do mundo desmoronar quando fatalmente, algum dia, a criança perder em uma competição, ou não tirar a nota mais alta da classe. O sentimento da culpa, misturado ao da derrota, da incapacidade, da frustração, ficam potencializados e causam muito mais trauma do que se a criança aprender que ninguém é 100% do tempo o melhor em tudo! Esta tem sido a condição de “ser” humano: buscar a perfeição, já que se reconhece imperfeito!
(*) Soberba é o sentimento negativo caracterizado pela pretensão de superioridade sobre as demais pessoas, levando a manifestações ostensivas de arrogância, por vezes sem fundamento algum em fatos ou variáveis reais. O termo provém do latim superbia.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Bater ou não bater: eis a questão!


Muitas vezes tenho sido perguntada a esse respeito e hoje vou tentar desenvolver o assunto de modo a esclarecer a maioria das dúvidas que a mim chegam quase que diariamente: a questão sobre bater ou não nos filhos desobedientes!
É comum ouvirmos alguns pais dizerem que antigamente as crianças apanhavam muito e eram bem mais educadas. Concordo! Eram mesmo! Segundo o senso comum, eram mais obedientes e comportadas. Tinham mais convívio com os pais, que passavam valores de respeito (às vezes de medo), de disciplina e responsabilidade. Nossa sociedade como um todo era muito mais bem educada. Portanto, antigamente, o que colocava a criança na linha não era apanhar e sim o respeito em si, exigido, cobrado, mas antes de tudo, ensinado! Hoje, nossa sociedade está corrompida por valores materiais, onde o “ter” vale muito mais do que o “ser”; onde a impunidade corre solta, onde os pais se sentem culpados por trabalharem fora e estarem ausentes e então compensam os filhos com mimos e agrados materiais. Pais permissivos, já que ausentes; que contratam babás e especialistas de toda ordem, terceirizando o trabalho de educar... Me desculpem, mas devo tocar na ferida; do contrário, não faria sentido o artigo. Obviamente que estou me referindo a uma parcela bastante privilegiada da população; entretanto, guardando-se as diferenças, não é diferente com as classes mais baixas, que lançam mão de outros artifícios para suprir a ausência, deixando o resultado idêntico. A falta de respeito em casa tem sido cada vez mais ocorrente, diante de uma sociedade que cobra, pressiona, fazendo com que pais cheguem em casa já estressados, sem cabeça para mais nada.
Enfim, o quadro todo, atualmente, é bastante desrespeitoso e agressivo. Isto, sem falar da impunidade, do mundo perfeito que se mostra às crianças, criadas na maioria das vezes dentro de cúpulas de cristal, como se o mundo todo, para sempre, fosse se curvar às suas vontades. Tudo isso gera intolerância, gera exigências, mimos, discórdia. Antigamente, como se vê, apesar de os pais baterem em seus filhos, todo o contexto ajudava muito positivamente na formação do caráter do indivíduo. Portanto, atribui-se erroneamente o crédito das crianças terem sido mais educadas no passado por terem apanhado!
Feita a introdução, vamos ao ponto inicial, que é o “bater ou não bater” hoje em dia:
Minha resposta? NÃO! Não bater! EDUCAR, SIM! Sou partidária das correntes educacionais que defendem o desenvolvimento do raciocínio lógico da criança, levando a autonomia moral e social. Não acredito no “bom” comportamento baseado na chantagem ou no medo. Mesmo que aparentemente dê resultados, estes serão falsos, já que a criança não foi levada a pensar, a escolher e a decidir por este ou aquele comportamento. Desse modo, numa próxima vez, poderá agir mal novamente!
Constance Kamii, analisando a obra de Jean Piaget (Juízo Moral na Criança) é bastante clara com relação a isso. Uma criança pega em flagrante fazendo algo errado, se punida com a dor, poderá, numa próxima vez, mentir ou omitir, mas dificilmente deixará de agir assim por sua própria decisão. Por outro lado, se for levada a escolher entre uma atitude boa ou má, se souber claramente quais são as regras e, no caso de não cumpri-las, quais são as conseqüências de seu ato, nunca mais esquecerá como agir corretamente e terá sempre a sensação de ter escolhido, decidido sozinha! Importante salientar que as regras não podem ser variáveis: ou é SIM ou é NÃO. Ou pode, ou não pode, sempre e não de vez em quando!
Quando os pais batem, ensinam agressão! Ensinam que se alguém fizer algo errado, não será perdoado, não terá oportunidade de defesa ou de arrependimento, já que a surra e a dor vieram de todo jeito. Fará assim também com seus amiguinhos na escola, causando problemas irremediáveis futuramente. Aprenderá a agredir. Não aprenderá a analisar regras, a se esforçar por se adequar, a conversar a respeito de erros, não aprenderá a se arrepender. Aprenderá a punir. Apenas isso, sem conscientização nenhuma. Aprenderá a dissimular, a mentir, a ser cada vez mais esperto para não ser pego de surpresa na próxima vez.
Mas, sendo assim, o que fazer? Limite é uma das palavras! Regras claras, consciência de que nossa liberdade não pode ferir a do outro, etc. Firmeza ao chamar a atenção dos filhos: muitos pais fazem verdadeiros sermões, praticamente implorando atitudes corretas de seus filhos. Sermões longos são chatos, ninguém presta a atenção e perdem a força por si mesma. Ao chamar a atenção, não se pode perder o foco e quanto mais simples forem as palavras e frases, tanto melhor! Voz grave, seriedade no semblante, clareza de idéias e pronto! Nada de voz maciazinha, mostrando medo, culpa ou insegurança naquilo que se fala. Também nada de agressividade, de xingamento, escândalo. Se quisermos crianças que respeitem, devemos antes de mais nada respeitá-las! Não se trata dos problemas com brigas, gritos, ameaças e muito menos com chantagem emocional. Trata-se com clareza e possibilidade de ajuda, além da correção do erro. Somos modelo aos nossos filhos; eles irão repetir com os outros, pela vida a fora, exatamente o que tiverem em casa.
Não gosto da conotação “castigo” como forma de sanção – diferente de punição, que dá a idéia da agressividade ou abuso de poder falada acima. Usaremos então o termo sanção, definido por Piaget: “as sanções por reciprocidade salientam a ruptura do vínculo social pelo mau comportamento de uma criança.” Ou seja, para fazer parte ou ter o direito de participar de uma atividade ou de um determinado grupo, deve-se estar adequado a eles; do contrário, não será aceito, não poderá pertencer ao grupo, ou da atividade. Isto é muito diferente de colocar no cantinho para pensar... “Se você quiser pertencer, participar, deverá ser assim. Do contrário, não poderá ficar aqui.” Ou então, “ é sua decisão ficar ou não. Você não é obrigado a nada...” Do mesmo modo, perder certos direitos caso não se comporte conforme esperado ou ganhar certos privilégios por merecimento. Neste ponto, é importante que se diga que não se negocia o bom comportamento. Dá-se a idéia de que tudo na vida tem conseqüências – boas ou más. Retribuir com bens materiais é a pior idéia que se pode ter. O ideal é o reconhecimento, o afago, o abraço orgulhoso, a palavra de carinho como forma positiva de incentivo ao bom.
Pretende-se assim, dar sempre a opção de escolha à criança: “Você tem um brinquedo e pode ou não cuidar dele. Caso cuide, estarei convencida de que você já é grandinho para ter outros e poder brincar em várias situações, etc. Caso não cuide, terei que retirá-lo de circulação, pois você ainda precisa aprender a cuidar de suas coisas.” Pronto, simples assim. Sem escândalos, sem dramas. É justo, não? A vida é assim: tudo tem conseqüências – boas ou más!
Vamos tentar lembrar que o grito, a agressão, a surra, é o argumento de quem não tem argumento! Sejamos éticos e tenhamos filhos ainda melhores e mais centrados!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A "Lei de Gerson" para crianças!


Estranho o título, não? Mas é exatamente o que quero discutir, refletir hoje com você, leitor! Tenho observado muito a forma como nossas crianças têm sido educadas, como nós, adultos, temos nos comportado e cheguei à conclusão de que a “Lei de Gerson” ainda está muito em uso em nosso país, apesar de toda a evolução através dos anos, uma vez que a força, piada ou fama dessa “lei” seja dos anos 70! Para os que não a conhecem, vale uma definição: é a forma “esperta” de ser e de agir, não se importando com o outro, é a forma de levar vantagem em tudo, não importa se passando por cima de alguém...
Pois bem, exemplificando a minha observação, vamos tentar visualizar quantos carrinhos de supermercado estamos acostumados a ver largados nos estacionamentos, ocupando vagas de carro? Quantas pessoas furando descaradamente as filas? E as filas duplas de carros estacionados indevidamente? Ultrapassagens irresponsáveis na estrada? Isto, sem falar nas negociações e atitudes mais reprováveis que vemos por aí, todos os dias...
Esses adultos que agem assim, hoje, foram educados por alguém quando crianças – escola e família! Foram esses os valores passados e rapidamente absorvidos... uma pena! O Brasil é um país imenso, maravilhoso, com uma capacidade humana, riqueza natural e possibilidades econômicas invejáveis, mas tão mal aproveitadas... ou melhor, muito bem exploradas por muito poucos... É muito fácil criticar o governo – governo esse, formado por cidadãos tão brasileiros como nós, eleitos pelo povo brasileiro... é de se pensar, ou não?
Voltando às crianças, refiro-me à base, visando uma educação que tenha a intenção de formar cidadãos melhores, que constituam uma sociedade mais desenvolvida no futuro. Entretanto, não tenho visto essa preocupação real nas escolas ou nas famílias. É normal para as crianças furarem a fila, passando na frente dos coleguinhas, ou não esperar por sua vez de falar, ganhar o jogo espiando o colega, buscando explicações fantasiosas para justificar seus próprios erros, não se desculpando por falhas cometidas ou então se desculpando “da boca prá fora”. São milhares de exemplos no dia-a-dia!
Agora, a minha questão: porque é que ainda não nos preocupamos e agimos com relação a esse tipo de educação? Porque nós também fomos criados para a competição, para ganhar a qualquer custo! Competir é muito saudável, mas ser honesto é ainda mais! Ter respeito e consideração pelos semelhantes, também! Vencer por mérito próprio é que tem valor. Do contrário, é a Lei de Gerson falando mais alto.
Muitos de nós criticamos deliberadamente o nosso país, nossos políticos, mas sem parar para pensar no quanto fizemos até agora para alterar a ordem das coisas. Somos coniventes, desde que não nos incomode ou prejudique!
Nosso país tem um descaso absurdo com a educação do povo, injusta e elitista, que não dá as mesmas oportunidades a todos e, assim, sem acesso às mesmas informações, o sucesso no futuro certamente não será o mesmo. Essa educação segrega, potencializa a intolerância com o diferente (desde portadores de necessidades especiais, até os portadores de diferenças sócio-econômicas, estéticas, humanas). Assim, formamos adultos intolerantes e sem respeito pelo outro.
Nós realmente não nos importamos em ocupar a vaga do estacionamento com um carrinho de supermercado: o “outro” que tire, se quiser estacionar... Como almejar algo mais evoluído, se o próprio professor larga a lousa suja, toda escrita, sem se preocupar em deixá-la limpa como a encontrou, para que o colega da próxima aula a utilize? Como lidar com pais que fazem fila dupla na porta da escola, sem se incomodar com o trânsito ou a segurança dos pedestres?
O Brasil tem uma formação histórica bastante complicada, mas isso já foi há mais de 500 anos! Temos sim uma diversidade cultural que pode e deve ser utilizada a nosso favor, absorvendo o que houver de melhor em cada cultura!
É hora de colocarmos a mão na consciência e refletirmos sobre o que temos feito até agora para colaborar com a situação da qual somos as próprias vítimas e sobre o que temos feito para garantir uma sociedade mais evoluída no futuro, que seja justa e honesta!
É nossa responsabilidade! Criticar já é um grande passo, mas agir é o que importa! Em nosso dia-a-dia, em nossa casa, na escola, em todos os lugares que frequentarmos – isso, sem falar no poder do voto consciente, é claro! Não adianta nada criticar “o outro” e não agir. O que adianta é a auto-análise, é a mudança de atitude JÁ, nos menores detalhes!
Finalmente, o que adianta é excluir de uma vez por todas a “Lei de Gerson” da educação de nossas crianças! Sejamos competitivos, saibamos lutar por nossos direitos, mas saibamos, antes de mais nada, respeitar o direito e a liberdade de ação e pensamento do outro!
Para saber mais: Segue a Lei de Gérson a pessoa que "gosta de levar vantagem em tudo", no sentido negativo de se aproveitar de todas as situações em benefício próprio, sem se importar com questões éticas ou morais. A expressão originou-se em uma propaganda, de 1976, para os cigarros Vila Rica, na qual o meia armador Gérson da Seleção Brasileira de Futebol era o protagonista. http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_G%C3%A9rson

domingo, 2 de agosto de 2009

O mundo que apresentamos às nossas crianças


Tenho me preocupado muito com esse tema e, por isso, vou sair um pouco fora do assunto dos últimos artigos, que falam sobre o planejamento da educação dos filhos. Na verdade, está tudo interligado, já que provém das mesmas reflexões. Espero conseguir fazer com que o leitor reflita a respeito, concordando ou não com o texto.
Minha convivência profissional sempre foi com crianças de uma classe social privilegiada e, portanto, é com a educação delas que mais me preocupo. Vejo crianças sendo educadas por pais bastante zelosos em termos de cuidados, tanto no aspecto social e emocional, quanto de saúde e educação. Entretanto, questiono o que é que se tem feito quanto à tolerância em geral.
Vivemos em uma sociedade de classes e a escola, da forma como é constituída, potencializa essa divisão. O país, como um todo, divide as pessoas em boas e más, de acordo com suas próprias verdades, ou melhor, de acordo com as verdades de cada classe social. A religião é outro fator preponderante nessa seleção. O tema é bastante amplo, mas quero me deter às crianças, ou à sua educação.
Na ânsia por fazer o melhor aos filhos, os pais acabam dando a impressão de que tudo o que é diferente é ruim, ou então, que o mundo funciona “redondinho”, que sempre tudo acontece ao seu tempo e à sua vontade. Para dar a melhor educação, dá-se a impressão de que a criança deve ser perfeita, deve acertar sempre, dar o melhor de si. Verdade! A criança deve mesmo se esforçar ao máximo e mais um pouco, mas deve saber também que nem sempre conseguirá ser a melhor em tudo ou do que todos! O importante é desenvolver em nossos pequenos o prazer pela dedicação, determinação em fazer tudo muito bem feito, em dar o melhor de si, mas sabendo que os outros também o farão e que nem sempre somos vencedores – aqui, falamos da tolerância consigo mesmo! Não se trabalha, normalmente com os pequenos, o respeito pelos outros, que podem ou não ser melhores do que eles e que hoje é assim, mas que amanhã pode ser diferente. Respeito e tolerância, aqui, andam de mãos dadas!
Outro ponto importante é o da tolerância com as pessoas de idéias diferentes das nossas. Se estamos desenvolvendo uma educação baseada no respeito, se pretendemos seres humanos mais tolerantes, precisamos nos preocupar com isso desde a tenra idade de nossos filhos. Aceitar e respeitar não significa mudar nossas idéias ou costumes, mas garantir ao outro seu pensamento, modo de vida e valores. Segundo Voltaire, “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las." Se assim o fizermos, possibilitaremos às crianças, maior convivência e conhecimento com todo tipo de pessoa, de grupo social, de cultura, preparando-os verdadeiramente para o futuro, para quando estiverem na Universidade, ou em seu mundo profissional, em seu país ou em outro qualquer. O importante é que saibam que todas as pessoas têm seu valor e importância na sociedade e que não somos nada para julgar quem quer que seja, e que inclusive, agindo desse modo, estaríamos abrindo a possibilidade de sermos também duramente julgados...
Vejo ainda pais bastante preocupados com as frustrações que seus filhos possam passar durante a vida. Assim, poupam-nos de toda e qualquer frustração, desde a mais simples. Resultado? Formação de seres humanos intolerantes com qualquer coisa ou pessoa que esteja fora do esperado por ele/ela; despreparo para lidar com situações difíceis do dia-a-dia, desequilíbrio emocional frente às adversidades, enfim, um ser humano que “não é deste mundo”...
Há países que trabalham muito bem a diversidade cultural e social, a exemplo do Canadá. Com uma educação pública de ponta, permite o mesmo acesso a pobres e ricos, a nativos e imigrantes, aos ditos “normais” ou com “necessidades especiais”, promovendo uma interação social justa e cheia de diferenças. Com isso, o cidadão cresce dentro de uma sociedade heterogênea e se acostuma a isso. Acostuma-se a reconhecer o semelhante e o diferente, acostuma-se a fazer suas escolhas e, principalmente, a respeitar o espaço e o direito do outro!


Estou me referindo a um mundo que apresentamos aos nossos filhos, como se todos fossem absolutamente iguais, tanto em termos de posses materiais, quanto de pensamentos e atitudes. Estou dizendo que nossas crianças precisam saber que não vivemos em uma sociedade justa ou uniforme, que a diferença social/econômica existe, que precisamos respeitar e conhecer todo tipo de diferença e, assim, conscientes, atuar futuramente, de modo a defender um país que respeite seus cidadãos, suas idéias, seus credos. Um país que cumpra seu objetivo maior, que é o de garantir uma condição de vida de respeito e tolerância a todo e qualquer tipo de diferença. E isso começa na tenra idade, com o amiguinho que se comporta diferente e que escolhe uma brincadeira que ele/ela não quer, com o dia de visitar o coleguinha, que não é aquele que ele/ela poderia ir, com o trabalho mais bonito da classe, com o conceito que nem sempre é “A” no boletim, com o auxiliar de serviços gerais de casa que não tem carro (porque poucas pessoas o têm) e chegou atrasado no dia da greve de ônibus, ou teve enchente em seu “barraco”...
Finalmente, estou falando da riqueza que podemos nos dar a chance de encontrar no outro, tão diferente de nós e que pode proporcionar um enriquecimento inestimável ao nosso modo de ser, de pensar e de viver...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Irmãozinho novo na casa! E agora?




Estava tudo tão tranqüilo em casa... Era o papai, a mamãe e o reizinho (ou rainhazinha) e, de repente, chega um “intruso” e tira todo mundo da situação normal e confortável que vigorava até então, em casa! E agora? O que ou como fazer?
Começando pelo começo: foram várias as mudanças nessa família, desde o início! Primeiro, papai e mamãe, vindos de outras famílias, se uniram e iniciaram um novo modo de vida, o que já causou um certo desconforto, por mais agradável que tenha sido. Sim, porque todos nós, mesmo que inconscientemente, rejeitamos tudo aquilo que é diferente do habitual. Resistimos a mudanças, até que se tornem parte de nós e deixem de ser “diferentes”. Pois bem, com a primeira etapa vencida, chega o reizinho, o primeiro filho – muito esperado, desejado, mas que novamente causou mudanças na família recém estruturada. Noites em claro, olho no relógio, já que o bebê tem horário para tudo, mudança de postura, responsabilidade que faz com que pareça que temos um mundo em nossos ombros...
Passada a 2ª. etapa, a de adaptação ao bebê, a de mudança de postura e hábitos dos pais, quando tudo parece estar em seu devido lugar, chega a novidade: a chegada de mais um bebê, um irmãozinho – também desejado, muito esperado, mas que causará, do mesmo modo, aquele certo desconforto, provocará readaptação de toda a família! Durante anos de convivência com pais de “primeira viagem”, tenho observado que cada vez mais a chegada desse irmãozinho tem provocado grandes preocupações aos papais e mamães! Tudo por causa do ciúme que esta criança “irá causar” no irmão mais velho! Mas... quem foi que disse que irá, necessariamente, causar ciúme?
É este o ponto: sofrimento dos pais por antecipação e, o que é pior, preocupam-se tanto, que realmente enxergam ou causam ciúme no mais velho! Parece incrível, mas é a pura verdade! Vejo pais que praticamente se sentem culpados por terem decidido ter mais um filho e causar tanto sofrimento ao mais velho!
Vejam, quando papai e mamãe se uniram e decidiram ter mais filhos, estavam decidindo a estrutura futura da família que ambos idealizaram. O que há de errado nisso? Nada! Foi planejado (ou mesmo que não tenha sido) e agora, o novo bebê é real! Ele faz parte da família! Tem tanto direito quanto o mais velho! Há atitudes que saem totalmente fora do mundo real, causando problemas ainda maiores:
· O mais velho vai à maternidade conhecer o novo irmãozinho e vê que este lhe trouxe um presente! Oras, não é porque ele também é pequeno que não sabe que um bebê não carregaria um presente de dentro da barriga da mamãe, para ele, o mais velho... Para quê fazer isso? Conhecer o novo membro da família e aceitá-lo, faz parte da vida! Não precisa de presente nenhum! É tempo de aprender que nos sentimos felizes também sem ganhar presentes, por simples prazer...
· Parentes e amigos, ao visitarem o bebezinho, levam presentes também ao mais velho. Por quê? Quando o mais velho nasceu, também ganhou os seus presentes... agora é a hora do mais novinho ganhar! Isso é normal! O mesmo ocorre em aniversários, acarretando um compromisso imenso a toda a família, tendo que presentear duas vezes, em ambos aniversários... Se a intenção for a de ensinar que sempre será assim, que sempre os dois irão receber presentes juntos, em todas as situações da vida e que caso não ganharem, podem e devem reclamar, então está tudo certo, mas se a idéia for a de criar crianças razoáveis, tolerantes, que saibam respeitar o seu momento e o do outro, então é melhor que não se comece errado!
· Há bebês que ficam literalmente em segundo plano, já que “não entendem” e então os pais dão atenção igual ou em dobro para o mais velho, praticamente ignorando o bebê na presença do mais velho. Erro muito sério, esse! Estamos ensinando ao mais velho que ele sempre terá a preferência, que o segundo não tem tanta importância assim e que quando ele, o mais velho, estiver presente, o mais novinho que se conforme com sua insignificância... É isso o que queremos? Não? Então, direitos, deveres, atenções iguais, divididas entre os dois!
· Outro dia eu vi duas irmãzinhas na rua, vestidas rigorosamente iguais, sendo de idades diferentes. Na verdade, tanto faz a idade. Gêmeas ou não, cada uma tem sua personalidade, sua beleza, seu gosto pessoal. Não se pode “unificar” as crianças! Elas são diferentes! Em idades diferentes, pior ainda! Cada uma em seu tempo, na beleza de sua própria idade, para que não se destrua a identidade e, principalmente, para que não assumam uma idade que de fato não têm!
· Mamãe foi comprar roupinha nova para a mais novinha, que cresce muito rápido e está sempre perdendo suas roupas? Então, é para ela que se compra! Se a criança mais velha não está precisando de nada novo, não se compra! Qual é o problema? Lembre-se: todo hábito que cultivarmos em nossos filhos desde pequenos, serão cobrados mais tarde!
Estou falando em justiça, em igualdade de direitos, não em unificação de comportamentos, não em culpa por ter tido mais um filho, fazendo com que os pais vivam em um verdadeiro inferno de cobranças próprias e das crianças! Não há drama nenhum nisso!
A realidade é que o novo bebê é parte integrante da família e que deve ser muito bem recebido, com todos os direitos e, posteriormente, deveres instituídos pela família! Fez algo para o mais velho, em determinada idade e agora não é possível fazer para o mais novo, ou vice-versa? Essa é a vida, as coisas mudam, não existe problema em haver diferenças desse tipo! O que precisa haver é o exercício da tolerância, aceitação, divisão de espaço, amor entre os membros da família e não um sentimento de competição, que na maioria das vezes é instigado pelos próprios pais, desde os primeiros dias do nascimento do bebê!
O ciúme, na maior parte das vezes, é potencializado pelas atitudes inadequadas dos próprios adultos. Além disso, dentro de seus limites, o ciúme, assim como a frustração, o lidar com situações novas, tudo isso é necessário para a formação dessas crianças, desde cedo! O quanto mais pudermos aproximá-los da realidade da vida, tanto melhor para eles, que estarão preparados para serem inseridos em qualquer grupo social a que venham pertencer! Além disso, criando os irmãos dentro de uma realidade possível para a família, facilitaremos que sejam amigos futuramente, quando adultos, compartilhando, vibrando um pelo outro, sendo realmente parceiros de sangue, de coração e de sentimentos! Vale a pena, garanto!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Onde está a "Cultura Popular" nas cidades brasileiras?

Por ser um assunto "ainda" muito atual, reproduzo aqui um artigo escrito o ano passado, por ocasião das eleições. Esclareço ainda que não se refere apenas à cidade de ITU, mas à maioria de nossas cidades brasileiras... Vale a reflexão!

Estamos em pleno período pré-eleitoral e, portanto, de muito blábláblá acerca de promessas, projetos, intenções, etc. Entretanto, há anos não vejo projetos significativos, constantes e de grande abrangência no que se refere à ociosidade de crianças e jovens que não têm condições financeiras de pagarem cursos – tanto de diversão e cultura geral, como profissionalizantes.

O que temos visto ultimamente é crescer essa ociosidade e, com ela, atitudes agressivas e inconvenientes como, por exemplo, o aumento das pichações, skates destruindo nossas praças, flanelinhas por todo o lado, guardadores de carros, pedintes e toda sorte de “dolce far niente”. Então, que se aumente o policiamento, a repressão! Que se tire essas crianças e jovens das ruas... E os coloca aonde?

Como lidar com a revolta natural e conseqüente “resposta” deles a essa sociedade que seleciona e elimina aquilo que não lhe agrada? Parece-me tão clara a solução, que chega a ser ingênua: que a Prefeitura, através de convênios com a iniciativa privada (indústria, comércio e serviços) ofereça cursos, campeonatos, eventos direcionados para esses jovens e crianças! Mas que sejam direcionados a eles, não a uma elite que já freqüenta normalmente todo tipo de reunião cultural, que pode pagar por seus cursos, vai ao cinema, participa de campeonatos de academias e pratica esportes nos clubes.

Do que é que “eles” gostam ou necessitam? Sim, porque não podemos escolher eventos que satisfaçam a nós, a nossa necessidade. Não podemos perder o foco! Que tal um campeonato de skate ou futebol no Estádio Municipal? Vamos retomar o PET – Programa Estudantil de Teatro – e as aulas de dança da Casa da Cultura? Grafitagem em locais apropriados é um exemplo de arte magnífica – mas que não seja em nosso “Becão”, em pleno Centro Histórico, é claro! Festival de Música na Praça da Matriz? Hip Hop, Street Dance, Rap... Tudo organizado, com professores, horários e locais apropriados! Por que não? Evidentemente que para os patrocinadores não custaria nada acrescentar um lanchinho e até mesmo transporte gratuito.

Vale salientar que não adianta, não faz diferença, não resolve fazer um curso hoje e outro no ano que vem, não funciona atingir a meia dúzia de crianças ou jovens só para dizer que se está oferecendo, mas que não há adesão! A persistência e a divulgação é que irão fazer com que mais e mais jovens queiram participar!

Há algumas ONG’s fazendo um belo trabalho, mas estou falando de algo muito maior e mais abrangente! É a cidade toda; são cursos, eventos, campeonatos, festivais, um em seguida do outro, como rotina normal da cidade. A Biblioteca Comunitária “Prof. Valdir de Souza Lima” vem fazendo um trabalho exemplar, através de jovens idealistas reunidos em sua diretoria e apoiados por alguns patrocinadores, todos em torno de um mesmo objetivo: o de oferecer cultura gratuita, atraindo assim as pessoas a um espaço aonde a cultura não é elitizada e, assim, cultivando a simpatia por uma Biblioteca! O próximo evento deles será, por exemplo, a 1ª Mostra Cultural de Hip Hop de Itu! E porque não Hip Hop? Já fizeram vários saraus literários e musicais, mostra de fotografia, de arte enfim, de tudo um pouco e estão com a Biblioteca há menos de 6 meses!

Como controlar a violência? Que tal investirmos todos juntos num trabalho de prevenção tendo, como retorno, o orgulho de estarmos numa cidade que se preocupa com o real desenvolvimento de seus jovens e de seu futuro, formando cidadãos muito melhor preparados para a nossa sociedade?

Finalmente, deixo a pergunta em aberto: onde está a cultura em Itu?

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Cuidado: consumismo é armadilha!

Era uma vez um menininho de 4 aninhos que queria muito comprar um tênis da marca “XXXX”. Sua mãe o levou à loja e, depois de se garantir que estava na área dos tênis “nacionais”, disse que ele poderia escolher o que quisesse. Feliz da vida, ao sair da loja já calçando o tênis novo, a mãe lhe disse que não estava escrito “XXXX” em seu tênis, mostrando que o que estava escrito não fazia diferença na alegria que sentia com o tênis que escolheu sozinho! Ele então respondeu: “mas posso chamar meu tênis de XXXX?” Pronto! Batizou o tênis e ficou feliz do mesmo jeito!

Inicio o artigo contando esta pequena história verídica, para ilustrar uma preocupação com a formação das nossas crianças. São detalhes aparentemente pequenos, mas que precisam ser discutidos pelos pais, ao estabelecerem o tipo de educação que pretendem dar a seus filhos e que tipo de adulto imaginam que ele seja, no futuro! Não adianta nada, depois dos filhos crescidos, reclamarem de um jovem fútil, que só valoriza as pessoas pelo que têm e não pelo que são, que exige presentes caríssimos e “de marca”.

Devemos sempre nos lembrar que a educação se inicia praticamente no berço! Entretanto, é fundamental que os pais realmente se preparem para a educação das crianças. Precisam falar a mesma língua, defender o mesmo tipo de educação, de valores que pretendem para seu filho.

Evidentemente, a mídia nos envolve e, quando menos esperamos, já fomos também afetados e nos pegamos adquirindo os mais variados produtos “de marca” para nossos filhos. Mas, como pais responsáveis pelo desenvolvimento de nossos filhos, precisamos estar atentos e saber que qualquer atitude impensada pode resultar em uma bela armadilha!

Uma criança habituada a roupas de marca, por exemplo, pode estar aprendendo que só se fica bem com esse tipo de roupa e que quem não usa é “diferente” e irá excluir de sua convivência, independente de ser uma pessoa agradável. Essa criança pode ainda achar que é obrigada a se vestir desse modo para poder ser aceito pelo grupo e, no caso de eventualmente não poder se vestir assim, irá sofrer muito com isso!

Vivemos em uma sociedade já bastante hostil, fútil, superficial, que valoriza muito mais o “ter” do que o “ser e o sentir”... será que estamos colaborando para a permanência e intensificação disso? É nisso que também acreditamos? Somos realmente apenas “embalagens”? Prefiro encerrar deixando as respostas para cada leitor em particular e finalizando com alguns trechos do poema “Eu, Etiqueta” - Carlos Drummond de Andrade, que sugiro que seja lido atentamente e, se possível, na íntegra:

“...e fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade...
... Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.”

Criança ociosa é criança problema!

“Solte a criança que existe dentro de você!” Pronto, esta é a solução, principalmente durante as férias escolares! São inúmeros os comentários a respeito do que fazer com as crianças durante as férias. “Eles mexem em tudo, estão sempre reclamando e insatisfeitos, esgotam-se os passeios...”

Se nos permitirmos enxergar através de um outro olhar, daremos razão às crianças! Filmes, TV, vídeo game, parquinho, tudo cansa e não tem novidade nenhuma! A criança tem sede de conhecer, de aprender, de vivenciar! Os pais (ou a babá, os avós...) precisam aprender a se divertir com as crianças, aprender a pensar naquilo que satisfaz a elas e não a eles, adultos. Estou falando em sentar no chão e BRINCAR! Estou falando em partidas de dominó, jogos da memória, ludo, quebra-cabeça... Estou falando em ir ao Zoológico e parar para observar os menores detalhes sobre cada animal – as crianças têm um tempo diferente do nosso.

Já reparei em pais passeando com as crianças e que, em um minuto já viram tudo, fazendo com que a criança diga: “E agora? Já acabou? Aonde vamos?” e os pais: “Mas você não se contenta com nada mesmo...” Neste momento, muitas vezes tentam suprir essa ansiedade comprando objetos e brinquedos, sendo que não era isso que faltava... aliás, o excesso de consumismo pode começar exatamente por aí!

Quando pensamos em passeio, vamos pensar em explorar tudo aquilo que a criança sabe e gosta: faça perguntas sobre os detalhes do que estão vendo, OUÇA seu filho, deixe-o se expressar! Você irá descobrir um grande companheiro e ficará surpreso com seu conhecimento e poder de observação! Prolongue esses bons momentos vividos juntos! Observe e valorize a natureza! Dê-lhe o tempo necessário para sentir o vento, encontrar diferença entre os diferentes tipos de vegetação ao redor...

Na cozinha, enquanto prepara uma refeição ou um lanchinho, deixe-o participar, ajudar com aquilo que não oferece perigo. Uma dica: as crianças ficam maravilhadas com as mágicas que acontecem com os alimentos ao serem “transformados”! Um simples ovo cozido pode atrair sua atenção – experimente mostrar o ovo cru e observar a transformação depois de colocado em água fervente! Isso, para nós, é óbvio, mas para a criança que está descobrindo o mundo é novo, é fantástico! Sinta, com ele, os odores, sabores, texturas!

Quem ainda sabe pular corda? Que tal relembrar? E esconde-esconde no quintal? Imaginem a surpresa da criança ao ver seus próprios pais ou avós tentando se esconder e batendo cara? Andar de bicicleta junto com a criança, jogar bola e disputar, desafiar, comemorar os gols...

Fantasia: aqui, um capítulo à parte! Deixe-o experimentar suas roupas, seus sapatos e morra de rir dos resultados! Tire fotos! Brinque de faz-de-conta! Invente coreografias para as músicas que ele mais gosta! Verá o quanto isso irá entretê-lo e diverti-lo, já que estará saindo totalmente da rotina!

Livros infantis, filmes nas férias podem ser curtidos juntos! Leia, desafie. Pergunte como ele acha que irá terminar a história, pergunte, no final, o que aconteceria se a personagem se comportasse de outra forma... deixe a SUA criatividade solta!

Desenho, pintura, massinha de modelar, faça também! É uma excelente terapia relaxante, acredite!

Que tal quebrar a rotina? Andar de ônibus, metrô ou trem, passear a pé pelo centro da cidade, parar para tomar um lanche, tudo é novo! Aproveite isso!

Importante: não estou sugerindo que os pais transformem suas casas em escolas. Isso também pode ser uma gostosa brincadeira, mas só se for de brincadeira. O compromisso de “ensinar” é da escola. Seja você mesmo: papai, mamãe, babá, vovô e vovó! Dê asas à imaginação, participe da vida dessa criança linda e que cresce mais rápido do que imaginamos! Dê a você o direito de se divertir também! Faça isso pela criança! Assim, estará fazendo muito mais por você, adulto. Desse modo, tenho a certeza que todos sentirão muito quando as férias terminarem e não irão reclamar que a criança esteve “entediada”!

Por falar nisso, quem é bom aí em “pega-varetas”, em jogar “5 Marias” ou em “pular elástico”? E em fazer uma pipa ou um super avião de papel? Rsss...

Boas férias a todos!

Você deixa seu filho crescer?

Planejando a Educação dos Filhos – IV

“ - É claro que sim! Sempre o incentivei, desde os 2 ou 3 aninhos, a aprender as letrinhas do alfabeto e a escrever seu próprio nome!” – respostas assim são cada vez mais comuns entre os pais mais dedicados e até bem intencionados!
Entretanto, precisamos discutir um pouco a esse respeito e explorar mais a questão, sob o ponto de vista do desenvolvimento integral do ser humano – no caso, a criança!

Ajudar, facilitar o crescimento de uma criança inclui, necessariamente, respeitar todas as suas fases anteriores, para que se desenvolva com base sólida, bem construída, bem elaborada. Saber ler ou escrever precocemente só satisfaz a vaidade dos pais, já que não significa, necessariamente, amadurecimento - de raciocínio ou de coordenação motora fina, por exemplo. Trata-se de “decoreba”, não de compreensão da função gráfica da letra, em termos de representação dos sons falados. Estou usando um exemplo aleatório, como poderia ter escolhido muitos outros. O que interessa neste momento é falar que muitas vezes os pais invertem a importância do desenvolvimento das habilidades e capacidades das crianças, sem o saberem!

Se por um lado notamos o desejo dos pais de um amadurecimento precoce da criança, por outro – e cada vez mais – notamos uma infantilização exagerada, mostrada na super proteção dessa criança! Essa atitude SIM é que não permite que a criança cresça, se desenvolva naturalmente!

Os filhos não nascem com manual de instruções, isso é verdade, mas com um pouco de sensibilidade e atendendo aos pedidos da natureza, podemos perceber muita coisa! A criança manifesta vontade de escovar os dentes ou de tomar banho sozinha? Acredite nela, mostre a ela sua confiança e, depois, dê um “brilhinho” especial nos dentinhos, faça um carinho com a esponja para terminar o banho, qualquer coisa que garanta a eficiência necessária, mas que não a desencoraje de ter cuidado consigo mesma ou de ter o prazer de realizar algo por si própria!

A criança quer brincar no parquinho e os pais, por medo exagerado, não permitem! A gangorra é perigosa, o escorregador inseguro, o gira-gira pode dar náuseas... a areia é suja e por aí vai! Com todos os cuidados tomados, deixe que seu filho brinque, explore, desfrute, conheça estes e muitos outros brinquedos! Antigamente, as crianças subiam em árvores e a mãe nem ficava sabendo... qual é o problema se cair e ganhar um galo na testa, ou arranhar o joelho, voltar sujo para casa ou até mesmo torcer um braço? Tudo tem conserto; o que não tem conserto é a infância roubada! Se seu filho já tem idade para playground, deixe que vá! É assim que se conhece o mundo!

Nossa obrigação como pais é de apresentar o mundo a esses pequenos! Mostrar tudo, passear muito, conversar sobre todos os assuntos apropriados para cada idade e sem infantilização. Desde Zoológico até cinema, desde o porque de não arrancar folhas de uma árvore até o respeito pela natureza, simplesmente tudo que está nesse mundinho ao qual ele pertence! O conhecimento amadurece, a vivência traz experiência de vida! Não temos o direito de, ao colocá-los no mundo, deixá-los “bitolados” e eternos bebês – crescidos ou não.

Por incrível que pareça, muitos pais demonstram um certo prazer na dependência da criança por eles. Isso é loucura! Ser dependente é muito ruim para a criança, que será privada de conviver com outras pessoas, de explorar o mundo e fazer descobertas, de sentir o prazer de tentar, analisar, conhecer o novo, criar soluções próprias e comemorar suas conquistas! Se fizermos tudo por ela, porque se esforçará? Se o mundo gira e acontece, independente da atitude dela, porque sair do confortável “colinho da mamãe”?

Suportar frustrações, ter que lutar para conseguir o que deseja, ter consciência de que não se nasce perfeito e que a busca por ser sempre melhor depende exclusivamente de cada um, tudo isso faz crescer, prepara para a vida jovem e adulta.

Uma coisa é fato: na maioria dos casos de excesso de infantilização, temos pais super protetores, que resolvem simplesmente tudo pelas crianças! A culpa que a mãe sente por trabalhar fora e deixar o filho com uma babá ou com os avós, por exemplo, pode ser um dos fatores desta inversão moderna na educação. Ao invés de culpa infundada, utilize os momentos preciosos para estar e educar seu filho. Afinal, trabalhar e estudar são exemplos que todos queremos que nossos filhos sigam... ou não? Se tiverem pais culpados por isso, estarão ligando a culpa e a chateação ao estudo e ao trabalho. Isso, se não passarem a ser “tiranos” e utilizarem esse fato para conseguirem o que desejam!

Resumindo, vale a pena lembrar que o filho não é um bonequinho que deve estar sempre “funcionando direitinho”, perfeito, deixando seus pais sempre cheios de orgulho ao exibi-lo. O filho é a maior responsabilidade que temos em mãos e que o seu futuro depende fundamentalmente do modo como o deixarmos crescer e aí sim será motivo de orgulho por termos desenvolvido um ser humano seguro, bem resolvido e responsável, capaz de atuar positivamente na sociedade!

"Coisas" de gente grande!

Disciplina, respeito e organização NÃO são “coisas SÓ de gente grande!”
Planejando a Educação de nossos Filhos – III

Falando assim, até parece que transformaremos nossos pequenos em mini soldadinhos, mas não é nada disso! Temos utilizado este espaço para desenvolver temas relacionados ao planejamento da educação de nossos maiores tesouros – nossos filhos! Desta vez, conversaremos um pouco sobre a formação básica, baseada na disciplina, organização e respeito!

Como dizia minha professora de Psicologia, Mestra em psicologia da educação, Dra. Vali, ao nascer um bebê, não é a casa que deve se adaptar aos costumes do bebê e sim o bebê que precisa adquirir e se adaptar ao meio em que irá viver e conviver! Trocando em miúdos, evidentemente que a casa, a família, se adapta ao novo habitante, um bebezinho lindo, cheio de necessidades e alegria! Fora isso, tudo o que diz respeito aos hábitos da família deve ser respeitado!

Normalmente, quando se fala em disciplina e respeito, as pessoas logo imaginam pessoas bravas e agressivas impondo atitudes às crianças! Isso é ainda ranço da ditadura ou de uma educação antiquada, baseada no medo. NÃO é disso que estamos falando. Estamos falando da responsabilidade que os pais têm ao receber um bebezinho em suas mãos, um ser que supostamente deva ser adaptado à sociedade e atuar nela mais tarde, já jovem e adulto!

O primeiro grupo social a que a criança pertence é a família e é aí que começa o trabalho todo! Simples assim: é costume da casa reunir a família na hora da refeição, conversar e esperar que todos terminem para se levantarem, por exemplo. Aí, a criança quer se levantar o tempo inteiro, faz bagunça, grita, a mãe sai com o prato e a colher atrás dela para fazê-la comer, o papai fica sem sua esposa à mesa e pronto! Instalou-se a falta de respeito geral e a refeição, antes tida como algo prazeroso, se torna um momento temeroso a todos! O erro é da criança? Não! É dos pais, que permitiram e a acostumaram assim, com as atenções todas voltadas a ela, que reina e se diverte diante da situação! Como lidar para resolver isso, é assunto mais extenso que trataremos em uma próxima oportunidade, mas hoje falaremos sobre a importância de formarmos nossos filhos, de modo a não chegarem a esse ponto!

O outro grande momento é quando se expande um pouco o universo da criança para um outro grupo social ao qual irá pertencer por toda a vida: a escola! É lá que deverá se socializar, criar seu ambiente, relacionar-se... Depois desses, vem o clube, a escolinha de futebol, natação, festas em casas de amigos e por aí vai! Depois, a Universidade, o trabalho, constituição de nova família e o ciclo reinicia! Os responsáveis? NÓS, pais! Muita coisa? Sim, muita coisa, muita responsabilidade! Vamos tentar ir por partes: Algumas perguntinhas básicas que devem permanecer conosco, enquanto pais: o que será esperado de meu filho, no futuro? O mundo irá se adaptar a ele, curvando-se diante de suas vontades, como em casa? As pessoas irão ceder sempre aos seus desejos e expectativas? Jamais haverá frustração, desafio? Quais as habilidades, posturas, valores que meu filho deverá desenvolver para ser inserido na sociedade? Devo super protegê-lo de tudo e de todos?

Parece complicado, mas não é! Ensinar uma criança a sorrir e cumprimentar as pessoas, por exemplo, ajudará a abrir muitas portas pela vida! Ter consideração e respeito pelos outros, não se achando o maioral e sempre o que tem razão em seus pensamentos e atitudes, também ajuda bastante! Aceitar diferenças, não valorizar preconceitos e estar sempre aberto a analisar e confrontar opiniões alheias com as suas, faz crescer!

Vamos pensar juntos: os grupos sociais, assim como a casa, já estavam lá quando a criança chegou, certo? Portanto, quem deverá fazer o movimento para ser aceito é quem acabou de chegar e não o grupo que já estava lá! Um a mais, um a menos, para o grupo não faz diferença, mas para quem chega, faz muita! Vamos partir desse princípio, de educar nossos filhos de modo a saberem o que e como fazer para poderem integrar mais e mais grupos sociais, com o mínimo de sofrimento ou dificuldade! Afinal, por 1 minuto perde-se um vôo, uma prova no vestibular, um emprego... e nós, pais, não somos tão poderosos assim, de modo a “dar um jeitinho”... Enquanto são pequenos, é fácil, mas depois fica muito difícil, praticamente impossível!

Quase tudo, na vida, aprende-se de pequeno! O horário para chegar à escola, o respeito às regras, a análise no caso de discussão com um amigo, a frustração diante de uma nota baixa, tudo isso faz parte da formação que estou falando! Organização e planejamento do tempo e do seu material, respeito pelas pessoas, postura aberta e simpática, independência de atos e pensamentos... tudo isso vem do berço!

Voltando ao início, se a casa adaptar-se às vontades de um bebê que não sabe de nada com relação à vida em sociedade, este irá esperar que todos, em todos os lugares, estejam sempre se adaptando aos seus desejos e isso não é verdade!

Como fazer isso? Em primeiro lugar, tendo claro para si que a decisão em ter um filho vai muito além de ter uma bonequinha ou um bonequinho lindo e risonho para “brincarmos” de ser papai e mamãe! A decisão abrange tudo o que falamos e muito mais! Isto posto, é com firmeza e com muito respeito pela criança, pela vida dela, que conseguimos nos aproximar do ideal! Perfeição não existe, somos seres imperfeitos, mas se a intenção for a de conseguir, já será um grande passo! Aliás, o que é “falta de respeito”? Ser firme e correto, colocar regras claras para tudo que for possível ou mimar a criança, criando-a em um ambiente fictício e que acarretará muito mais sofrimento na vida adulta, ao descobrir que aquele mundo onde foi criada simplesmente não existe?

Importante: não é batendo na criança que se educa! Batendo, ensinamos a resolver os problemas com agressão e a criança irá repetir a postura com amigos, com os próprios pais, em casa, sempre que for contrariada! É conversando muito, orientando, insistindo na postura desejada. Para sermos pais, não podemos pensar em “tirar férias”... é o tempo todo educando, falando, dando dicas e exemplos, já que a criança aprende muito mais pelo exemplo do que pelas palavras! Ao agir de forma contrária ao esperado (regras claras, para que a criança saiba exatamente o que se espera dela), a criança, como nós, deveremos arcar com as conseqüências disso. Agiu errado, perde certos privilégios, precisa arrepender-se e se desculpar, por exemplo. Não podemos educá-los para a impunidade! Agiu certo? Ganha apenas o reconhecimento e a boa convivência – mais nada! Não se presenteia boas ações! A vida não presenteia! Educamos com a intenção de formarmos seres humanos autônomos intelectual, social e moralmente falando! A recompensa é o prazer que sentimos e nada além disso!

Desse modo, nossos filhos estarão plenamente preparados para se adaptarem a toda e qualquer situação que a vida apresente, independente de estarmos lá, corujas e protetores! A sociedade agradece!

A educação vem do berço!

No artigo anterior, falamos sobre os brinquedos pedagógicos – utilização, importância, adequação para cada idade etc. Agora, o assunto é o planejamento do ser humano em constante formação! Já ouvi muitas vezes os pais dizerem que a criança quando nasce não vem com “manual de instruções” e que, por isso, é muito difícil saber o que ou como fazer! É a pura verdade! Como já falei em outras oportunidades, ao nascer um bebê, todos procuram o médico especialista, o odonto pediatra, mas quase ninguém procura o especialista em educação infantil! Não que este saiba tudo ou que irá entregar o tal manual, mas pode facilitar e ajudar a direcionar um pouco as atitudes escolhidas pelos pais. Desse modo, vamos tentar dar algumas dicas!

Antes de qualquer coisa, é preciso que os futuros papais conversem muito a respeito de como imaginam que seu filho seja quando jovem e adulto! Sim, isso é decidido já! Que tipos de valores, costumes, comportamento e caráter os pais “sonham” para seus filhos? É preciso que papai e mamãe estejam de acordo e que jamais desautorizem um ao outro – nesse caso, a “discussão” precisa ser fora do alcance dos ouvidinhos espertos da criança!

Muito bem, nasceu o bebê e já cheio de vontades e manhas. O que fazer? É básico: ele, o bebê, é que é a nova figura na casa e deverá adaptar-se a ela, que muito antes dele nascer a casa já estava lá com seus costumes, regras, hábitos, valores! Horário de dormir é à noite; portanto, a sonequinha do dia precisa ser com certo barulho e claridade, por exemplo. Cada um tem sua cama, seu quarto? Portanto, assim que possível, o bebê precisa fazer uso dele o quanto antes – se demorar muito, ficará mais difícil para se habituar. Vocês imaginaram uma criança, jovem e adulto independente, seguro de si, responsável por suas atitudes? Então, a hora é agora! Evidentemente que adaptando-se a cada idade – o que não convém detalhar aqui – mas é preciso saber que a liberdade e a independência andam junto com a responsabilidade! Impunidade? Super proteção? Nunca! Entretanto, há que se observar que as crianças aprendem muito mais pelo exemplo e reproduzem comportamentos vivenciados onde quer que seja. Portanto, atenção! Não se ensina a ter respeito – vive-se uma vida de respeito para com o próximo.

É necessário observar o que a criança já é capaz de fazer sozinha e incentivá-la muito, para que se sinta segura, tenha orgulho de si mesma e vibre com suas próprias conquistas! Amarrar o tênis, pegar um copo d´água, arrumar o seu quarto... Ela usou? Que bom! Aproveite seu quarto, divirta-se com os brinquedos, mas é responsabilidade da criança guardar tudo (mesmo que com ajuda), para usufruir do direito de usá-los novamente.

Erra quem exige demais, além das capacidades de compreensão da criança, mas erra igualmente quem infantiliza as crianças, impedindo-as de crescerem! A liberdade é algo que se conquista, o respeito também! Fez algo errado? Peça e aceite desculpas! Nem sempre é possível reparar o erro e, em seguida, nesse caso, pode vir o sofrimento, as consequências do erro – isto é muito importante para o crescimento individual! Nossos filhos NÃO são perfeitos! Eles PODEM errar! Isso faz parte! O que não faz parte é deixar para lá o erro, o que leva à impunidade! Errou? Conversem a respeito, levem a criança a assumir seus erros e a ser melhor nas próximas vezes, mas não deixe passar em branco!

Você sonha com um filho bondoso, sociável, bem aceito na sociedade? O movimento precisa ser dele e de ninguém mais! A bondade é vivida, a tolerância para com o diferente é desenvolvida (ou não)! Na vida, os grupos sociais rejeitarão aqueles que não se inserirem por si. Ninguém irá se importar se a criança, jovem ou adulto preferir ficar em seu próprio mundinho “perfeito”. As pessoas levam suas vidas e quem quiser que se insira! Que aprenda a ser simpático, carismático, tolerante, bondoso para com os outros! Muitas vezes, quando rejeitado, papais e mamães correm para resolver o problema sem antes se perguntarem se seu filho (a) está fazendo o movimento de ser bem aceito.

É preciso ainda que a criança aprenda também a defender-se e a não aceitar o que ou quem lhe agride, evidentemente! Precisa aprender a buscar ajuda por si próprio para defender-se! Que aprenda a defender a justiça, sendo justo também! Birra? A sociedade não aceita bico, cara feia, mal criação. Isso não resolve problemas. Portanto, nada de birra em casa! Birra é falta de respeito! Voz alta, gritos? Uma criança criada em um ambiente hostil (por exemplo, entre familiares, com os empregados...) será igualmente hostil fora de casa. Se aprendeu a humilhar e a destratar em casa, irá humilhar e destratar fora de casa.

Importante salientar que uma criança que apanha em casa, irá bater nos amigos para solucionar seus problemas – aqui eu incluo as brincadeiras de lutas! Se aprendeu a brincar em casa fazendo gozação dos outros, fará o mesmo fora de casa. Se, ao trazer um objeto que não é seu para casa e nada acontecer, aprenderá que pode se apropriar das coisas dos outros, sem nenhuma consequência negativa e irá até mesmo se divertir com isso...

Mamães, Papais, não se esqueçam: simplesmente tudo que a criança aprender em casa será reproduzido fora dela. Resta a cada um decidir o que é exatamente que queremos que nossos filhos aprendam hoje para reproduzir amanhã...

Na próxima oportunidade falaremos sobre disciplina, organização e concentração, entre outros!